02 Setembro 2015 | 19h 07
Em protesto por melhores condições de salários, servidores fizeram até ‘velório’ do Banco Central, em frente ao prédio da autarquia em Brasília
A paralisação de 24 horas dos servidores do Banco Central realizada nesta quarta-feira conta com a adesão de 70% de 1,7 mil funcionários em Brasília, de acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). No total, a instituição possui cerca de 2 mil servidores na capital, mas cerca de 300 são da área jurídica, que não participam dos pleitos e da manifestação.
“É um bom número”, avaliou Daro Piffer, presidente do Sinal. Principalmente, segundo ele, porque cerca de 1/12 dos trabalhadores naturalmente não estão na casa por causa de férias ou licenças. O BC não se manifesta sobre a paralisação.
Para fechar o dia de paralisação, o Sinal realizou um “velório da instituição” na frente da sede da autarquia. Um caixão de verdade foi trazido para o local e, em cima dele, folhetos fixados com a frase: “Perda da autonomia administrativa, financeira e operacional”. Enquanto isso, no 20º andar, os diretores e o presidente da instituição, Alexandre Tombini, decidem o rumo da taxa básica de juros (Selic) – atualmente em 14,25% ao ano –, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Desde cedo, o sindicato promoveu atividades lúdicas na frente da sede do órgão. Pela manhã, houve show musical ao vivo, assim como no início da tarde, que ainda teve um mágico fazendo apresentações para os grevistas.
A escolha da greve para nesta quarta-feira se deu, justamente, por causa do Copom, que é uma data emblemática para a instituição e também atrai mais jornalistas ao local. Na segunda e na terça-feira, a estratégia foi cruzar os braços durante uma hora.
Entre os pedidos do Sinal estão equiparação salarial entre analistas e procuradores do BC, restabelecimento da proporção de 50% entre subsídio técnico e de analista e inclusão do “bônus de desempenho” na estrutura remuneratória.