Bem capitalizados, a maioria dos bancos médios com ações listadas em bolsa enfrenta o cenário econômico mais turbulento com um colchão extra para absorver eventuais perdas com operações de crédito.
Sofisa e Paraná Banco, por exemplo, têm 21,2% e 26% de índice de Basileia, nível bastante acima do mínimo exigido pelo Banco CENTRAL para o indicador de alavancagem dos bancos, de 11%.
No primeiro trimestre, na comparação anual, tiveram melhora em seus índices de Basileia o Banco ABC Brasil, Daycoval, Pan, Sofisa e Paraná. Os únicos a mostrar piora foram Pine e Indusval, que saíram de um índice de 13,7% para 13% em um ano.
Com indicadores mais baixos, ambos os bancos começam uma estratégia de reduzir as carteiras de empréstimo ou de alterar o mix delas para operações menos arriscadas, casos do Pine e do Indusval. “O crescimento das carteiras não é a ordem do dia”, diz Alcir Freitas, vice-presidente e analista sênior da Moody´s.
No Indusval, a expectativa é que o saldo de crédito encerre o ano igual ou até menor do que o patamar de março. Jair Ribeiro, copresidente do Banco, diz que a instituição está liquidando uma série de operações para abrir espaço para a entrada da carteira da Lojas Renner, com quem fechou parceria em 2014. Esses ativos de varejo vão demandar menos capital do Banco.
No Pine, a carteira também não deve avançar. A perspectiva do Banco é ver, no final de 2015, um movimento entre queda e avanço de 5% do estoque de crédito.
O presidente do Banco, Noberto Pinheiro Jr., disse, no entanto, que a instituição está confortável com o nível de capitalização e estimou melhora no capital de nível 1 após uma redução considerada transitória no primeiro trimestre.
Na avaliação da Fitch Ratings, as instituições de médio porte também estão com o caixa reforçado. “Os bancos continuam e devem ficar mais líquidos ao longo do ano”, diz Claudio Gallina, diretor sênior de instituições financeiras da Fitch.
Fonte: Valor Econômico