IPCA deve surpreender

    O resultado da inflação de março deve manter o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo de 3%, na comparação de 12 meses, pelo nono mês consecutivo. A mediana das expectativas do mercado para o resultado está em 0,22%. Entretanto, diversos analistas acreditam em uma variação de preços ainda menor. Com a inflação abaixo do piso da meta – de 3% ao ano -, as apostas são de que a carestia favorecerá o corte de 0,25 ponto percentual de Juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central(BC), que começa amanhã e termina na quarta-feira.

    Pelas contas da economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Marzola Zara, o IPCA-15 – considerado a prévia da inflação oficial -terá alta de 0,12% em março. O percentual será menor do que a alta de 0,38%. Na comparação em 12 meses, o indicador deve perder força de 2,86% para 2,83% neste mês. ‘Destaque para a desaceleração do grupo transportes, reflexo da reversão da pressão recente observada sobre os combustíveis. Em contrapartida, o grupo habitação deve ficar mais pressionado, em linha com o fim do efeito deflacionário sobre o item energia elétrica residencial, influenciado pela queda da cobrança via bandeiras tarifárias, de vermelha para verde’, diz.

    O diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, avalia que o IPCA-15 terá variação positiva de 0,09%. ‘Esse resultado ainda refletirá a deflação de alimentos e núcleos em patamar baixo’, destaca.

    Moderação

    Pelas contas do economista Elson Teles, do Itaú Unibanco, o IPCA de março deve registrar alta de 0,15%, com a taxa em 12 meses recuando para 2,7%. ‘A queda da inflação em relação ao apurado no mês anterior será determinada pelo esvaziamento das altas dos grupos educação e transportes. Por outro lado, para o grupo alimentação e bebidas, prevemos alta moderada em março, após a queda de 0,3% no mês anterior’, avalia. Para 2018, a projeção de Teles para a inflação se mantém 3,5%. (AT)

    Fonte: Correio Braziliense

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