Por Antonio Perez | De São Paulo
Os juros futuros longos voltaram a subir no pregão da BM&F de sexta-feira. A manutenção das taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) em níveis elevados atesta, segundo operadores, que boa parte dos prêmios ao longo da curva a termo nada mais são do que uma resposta à crescente falta de confiança nas contas públicas.
Há grande ceticismo quanto à possibilidade de que o governo refreie gastos nos próximos meses, quando estará mergulhado no processo eleitoral, de modo a levar o impulso fiscal para a zona de neutralidade, como espera o Banco Central (BC).
O contrato DI com prazo em janeiro de 2017, termômetro da percepção de risco, subiu de 12,05% para 12,08% na BM&F na sexta, muito acima do nível do fim da semana anterior (11,83%).
Segundo Vitor Péricles de Carvalho, da mesa de renda fixa da Ativa Corretora, o mercado opera sob o pano de fundo da deterioração fiscal, que mantém a curva inclinada.
“O mercado está desconfortável com a questão fiscal, porque o governo não passa confiança. Não adiante mais discurso, o mercado quer ver alguma coisa concreta”, afirma Carvalho.
Fonte: Valor Econômico