Oposição histórica

    (JB)

    Apesar de um discurso oficial de não agressão e de não fazer oposição por oposição, a coligação entre Rede e PSB já deu sinais de que adotará um discurso mais agressivo com relação ao governo de Dilma Rousseff. Na cerimônia de sábado, os dois elevaram o tom e adotaram uma postura que assustou o Palácio do Planalto. Ainda assim, o grupo formado no final de semana conta com opositores históricos do PT, que devem assumir o papel de bater de forma mais contundente nos governos petistas. Paulo Bornhausen — filho de Jorge Bornhausen, um dos fundadores do PFL —, o ex-senador e ex-DEM Heráclito Fortes, além do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), devem aderir o projeto e fazer a linha de frente do ataque.

    O secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, que já passou pelo DEM e PSD, filiou-se ao PSB. O pai dele foi um dos opositores históricos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2005, quando petistas se envolveram no escândalo do mensalão, Jorge chegou dizer que queria “acabar com essa raça”, referindo-se a possibilidade de minar o governo de Lula. Paulo, que está licenciado da Câmara, saiu do PSD quando viu que a legenda deveria apoiar Dilma. Ele deve tentar reeleger-se deputado federal. Heráclito também deu trabalho ao PT durante o mensalão. Ele, que passou pelo DEM, filiou-se ao PSB.

    Já o ruralista Ronaldo Caiado (DEM) já deu sinais de que apoiará Campos à presidência. Ele hoje é um dos principais opositores do governo na Câmara. Caiado tem resistências dos sonháticos, mas poderá adotar discurso mais duro, já que Marina e Eduardo, se exagerarem no tom, podem cunhar imagem de mal agradecidos, por terem sido ministros de governos petistas.

     

    Fonte: Correio Braziliense

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