Para emergentes, pior já passou, diz Goldman Sachs

    PATRÍCIA CAMPOS MELLODE SÃO PAULO

    Para economista-chefe do Goldman Sachs, retirada de estímulos pelo BC dos EUA não deve provocar mais grandes efeitos nesses países

    O pior da volatilidade nos países emergentes já passou, segundo Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs e uma das vozes mais influentes do mercado financeiro.

    Para ele, a política de redução de estímulos pelo Fed, o banco central norte-americano, não deve causar mais grandes efeitos colaterais nos países em desenvolvimento.

    O Fed vem reduzindo gradualmente suas injeções de liquidez (por meio de compras de títulos, em processo iniciado no fim de 2012), que passaram de US$ 85 bilhões mensais para US$ 65 bilhões.

    “Essas reduções estão dentro das expectativas, quando um banco central faz algo que já é totalmente esperado, não há mais efeitos”, disse.

    Mas as incertezas que cercam o início do ciclo de elevações dos juros dos EUA, atualmente próximos de 0%, são uma ameaça.

    Hatzius estima que o BC americano vai começar a elevar os juros em 2016. 

    “Ainda podemos ter turbulências nos emergentes, por causa das incertezas na trajetória da elevação de juros nos EUA.”

    “Isso pode trazer efeitos colaterais significativos, como os de janeiro, e o Brasil será afetado, como outros emergentes”, completou o economista.

    EFEITO FED 

    Os mercados emergentes vêm sofrendo desde maio do ano passado, quando Ben Bernanke, então presidente do Fed, indicou que o banco começaria a cortar estímulos.

    O corte só começou efetivamente em dezembro, mas, nesse período, as moedas de vários países emergentes, entre elas o real, sofreram forte desvalorização em relação ao dólar, com os investidores deixando esses mercados, sob a expectativa do fim da “era do dinheiro barato” promovida pelos EUA.

    Em janeiro deste ano os emergentes tiveram um de seus piores meses — vários países, entre eles, Brasil, Turquia e Índia, sofreram com volatilidade de capital externo e desvalorização da moeda e elevaram suas taxas de juros.

     

    Fonte: Folha de S.Paulo

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