Em audiência pública realizada ontem na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, técnicos e analistas do Banco CENTRAL (BC) reclamaram que o quadro de servidores da autarquia atingiu o menor nível desde a crise financeira mundial de 2008. Eles alertaram que os atuais 4.140 concursados, espalhados em 10 regiões, são insuficientes para cumprir a missão do BC.
O presidente do Sinal, sindicato nacional da categoria, Daro Marcos Piffer, afirmou que novas atribuições, como a de difundir os conceitos de educação financeira, só deram ainda mais trabalho aos servidores. Além disso, acrescentou que 588 servidores podem se aposentar até dezembro e outros 104 em 2015. “As pessoas estão saindo e não tem ninguém para passar o conhecimento aos que vão entrar. A formação de um inspetor leva três a cinco anos. Tivemos concurso para 500 vagas, mas só autorizaram nomear a metade”, protestou.
Conforme ele, a lei permite que o Banco tenha até 6.170 servidores, mas o governo tem segurado o ingresso de aprovados em concursos. O coordenador-geral da Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, Marcelo Pereira, explicou que o preenchimento de cargos leva em conta o Orçamento. “O BC tem sido contemplado a cada dois anos. Todos os 500 postos serão providos no prazo, mas não está na minha alçada dizer quando isso vai ocorrer”, disse.
A chefe do Departamento de Gestão de Pessoas do BC, Nilvanete Ferreira da Costa, reconheceu que a autoridade monetária precisa de mais funcionários. “Estamos numa situação delicada de quadro e não temos como sustentar isso por muitos anos. A Tecnologia da Informação avançou, mas não o suficiente”, resumiu.
Fonte: Correio Braziliense