O Brasil terá uma reforma econômica a partir do ano que vem, não importa quem vença as eleições. A previsão é do economista-chefe doBanco Safra, Carlos Kawall. Qualquer governo terá que se voltar para uma agenda de reformas. Não será reforma tributária, ela não é possível curto prazo. Quem quer que ganhe as eleições terá que agir na questão dos gastos, principalmente gastos sociais , disse Kawall para uma plateia de executivos de instituições financeiras de vários países reunidos no Fórum Econômico da América Latina, organizado pelo Institute of International Finance (IIF).
Kawall ressaltou, porém, que candidatos da oposição têm melhores condições de implementar reformas que, para ele, devem passar por revisão de gastos discricionários e benefícios trabalhistas e Previdência Social. O governo atual tem muitos vínculos com sindicatos , disse ele, acrescentando que os gastos com seguro-desemprego e abono salarial têm crescido exponencialmente.
Para o economista, os estímulos oferecidos pelo governo federal para vários setores da indústria e na atividade energética não têm surtido o efeito esperado, o que pode explicar a desconfiança dos agentes econômicos nos rumos da economia do país.
Na avaliação de Kawall, o Banco CENTRAL (BC) continuará subindo os juros em 2014 e o governo vai se esforçar para atingir a meta para superávit primário, tendo como obstáculo o aumento dos custos da energia.
Para 2015, o economista espera taxa de inflação em aceleração. Vamos ter muita inflação no começo do ano que vem, por causa de reajustes de combustíveis e de tarifas de transportes públicos, que terão que subir.
Fonte: Valor Econômico