Roberto Campos Neto conversa com Sinal sobre autonomia

    Na reunião, falou-se também de Coaf, valorização das carreiras, recomposição salarial, celetistas e reajuste do PASBC

    O presidente Roberto Campos Neto esteve reunido, na manhã desta quarta-feira (18), com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). O encontro foi solicitado pelo Sindicato e contou com a presença do chefe do Depes, Marcelo Cota, e da diretora de Administração, Carolina Barros, por videoconferência.

    Paulo Lino, presidente do Sinal, afirmou que o papel do sindicato é defender os servidores e a instituição. Nesse sentido, é a favor da autonomia, tendo trabalhado no Congresso para ajustes no projeto de lei sobre o tema, como foi o caso da inserção de dispositivo para criar um fundo de desenvolvimento para o Sistema Financeiro Nacional. Roberto comentou que também sugeriu ao relator alguns ajustes na proposta, no sentido de garantir que o BC tenha liberdade para criar mecanismos de intervenção no mercado e de que o fundo a ser criado possa ser utilizado para financiar projetos de investimento do BC. Ele lembrou ainda que esse é um primeiro passo para uma maior autotomia no futuro. Sua expectativa é a de que o projeto de lei seja colocado em votação em fevereiro de 2020.

    Lino defendeu ainda que o BC tenha duplo mandato, incluindo, em sua missão, além da estabilidade financeira e monetária, também o crescimento econômico e a geração de empregos. O presidente Roberto explicou que sua posição é contrária ao duplo mandato, pois, por seus contatos com outros bancos centrais e com ex-presidentes do Banco Central do Brasil, avalia que a principal contribuição do BC para a sociedade deve ser o controle da inflação.

    Em relação ao Coaf, Paulo Lino contou que o Sinal também atuou no Congresso para incluir um artigo que salvaguardasse as carreiras do BC, impedindo que servidores de outras carreiras pudessem vir a ser alocados no BC. Roberto aproveitou para esclarecer que sua intenção, ao propor a abertura para trazer para o Coaf pessoas de tecnologia da informação da iniciativa privada, era não sobrecarregar a equipe de TI do BC com atividades do Coaf, pois sabe da excelência dessa equipe e dela espera entregas importantes em 2020, como pagamentos instantâneos. Essa abertura foi excluída do texto final do projeto de lei aprovado ontem no Senado Federal, que agora aguarda sanção presidencial.

    Quanto à valorização das carreiras, Lino lembrou que a principal preocupação dos servidores, no momento, é que o BC não entre no “carreirão”. Roberto voltou a defender que o BC fique totalmente de fora do “carreirão”, pois considera que a inclusão das carreiras do BC nesse movimento iria de encontro à proposta da autonomia.

    No que se refere à recomposição salarial, os representantes do Sinal apresentaram o “Corrosômetro” e lembraram que, desde 2010, os servidores acumulam uma perda de 15,4% no poder de compra de seus salários. Roberto entende que os dados devem ser apresentados ao Ministério da Economia.

    Em relação aos funcionários celetistas do BC, a diretora Carolina reforçou que, como dito na reunião da Dirad com o Sinal realizada ontem, a manutenção deles no PASBC após a aposentadoria está em análise e há perspectiva de encaminhamento ainda em dezembro.

    Quanto à suspensão da segunda parcela de reajuste do PASBC, prevista para janeiro, Roberto explicou a importância de que o BC mantenha um programa de saúde financeiramente equilibrado e ponderou ser difícil acatar o pleito.

    Fonte: #interAÇÂO

     

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