Senado aprova fim da votação secreta na cassação de mandatos

    COM DECISÃO, DEPUTADOS CONDENADOS NO MENSALÃO DEVEM TER DESTINO DECIDIDO POR VOTO ABERTO

    Sigilo também cai para análise de vetos presidenciais, mas é mantido na indicação de autoridades

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

     

    O Senado aprovou ontem o fim do voto secreto no Congresso para as cassações de mandatos e análise de vetos da presidente da República.

    A proposta vai agora para promulgação, o que significa que os parlamentares condenados pelo mensalão que forem submetidos a processo de cassação devem ter o destino decidido em votação aberta.

    São eles os deputados federais Valdemar da Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP) –que, porém, pode obter aposentadoria antes de o processo de cassação ser iniciado (leia texto nesta página).

    A proposta teve a tramitação acelerada no Congresso após o deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO), preso em Brasília após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal por desvios na Assembleia de Rondônia, ter o mandato poupado em votação secreta, em agosto.

    À época, os presidentes da Câmara e do Senado decidiram acelerar o fim do voto secreto para evitar que a imagem do Congresso sofresse mais abalos –a avaliação é que Donadon não teria sido salvo em votação aberta.

    O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), colocou em votação uma proposta que põe fim ao voto secreto em qualquer circunstância, e foi criticado pelo colega Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, que defende a medida em casos específicos.

    Em manobra articulada por Renan, os senadores fatiaram a votação: o sigilo nas indicações de autoridades e na escolha dos presidentes e composição das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado teve a tramitação separada.

    Agora cabe a Renan, como presidente do Congresso, promulgar a proposta aprovada –que acaba só com o sigilo nas cassações e na análise de vetos–, o que não tem prazo para ocorrer. Para isso, precisará convocar sessão conjunta entre Câmara e Senado.

    Após a aprovação do texto pelos senadores, Henrique Alves disse que fica mais “tranquilo” para colocar em votação qualquer processo de cassação.

     

    Fonte: Folha de S.Paulo

     

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