Servidores do IBGE votam pela greve em 10 Estados

    Por Diogo Martins | Do Rio

     

    Servidores de dez unidades estaduais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aprovaram até ontem greve geral a ser iniciada na segunda-feira. Entre hoje e quinta-feira, quando o IBGE completa 78 anos, outros Estados realizarão assembleias para decidir se aderem à paralisação.

    A informação do Sindicato dos Funcionários do IBGE (ASSIBGE) é que, até ontem, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e três unidades do Rio de Janeiro aderiram ao movimento. Para hoje, está marcada assembleia no Ceará. Procurado, o IBGE informou, via assessoria de imprensa, que não comentaria a greve. O instituto garantiu que o calendário de divulgação das pesquisas está mantido. Para a próxima sexta-feira, está prevista a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao primeiro trimestre.

    O sindicato pleiteia, entre outros, reajuste salarial, com equiparação salarial aos funcionários de outros órgãos e autarquias públicas, como Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco CENTRAL; melhoria das condições de trabalho e da infraestrutura do instituto; e recomposição do quadro de funcionários.

    O movimento encontra focos de resistência. O sindicato enfrenta dificuldades para emplacar a greve em Minas Gerais e no Espírito Santo. Há resistência por parte dos servidores desses dois locais em aderir à paralisação. “Estamos tentando intensificar o processo de conscientização. Em Minas Gerais, o problema é que existem 90 agências do IBGE”, afirmou Ana Magni, diretora do ASSIBGE.

    Os protestos no IBGE começaram em abril, após a presidente do instituto, Wasmália Bivar, anunciar a suspensão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua sem consultar o corpo técnico da instituição. Ela justificou a decisão dizendo que seria necessário revisar a metodologia amostral da Pnad Contínua para atender à Lei Complementar 143 de 2013, que trata do rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Irritados com a decisão e a forma como ela foi tomada, uma diretora e uma coordenadora de pesquisas do IBGE pediram exoneração e, além disso, 18 coordenadores e gerentes do instituto ameaçaram pedir exoneração.

    Após semanas de reuniões e garantia dos técnicos de que seria possível gerar dados de rendimento familiar até janeiro, Wasmália voltou atrás e confirmou o calendário original da pesquisa, cuja divulgação está prevista para 3 de junho.

     

    Fonte: Valor Econômico

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