Thiago Resende
Representantes da elite do funcionalismo decidiram nesta quarta-feira (29) que, para pressionar o governo federal a conceder reajuste salarial generalizado, poderão fazer paralisações de um ou dois dias em janeiro e até mesmo uma greve geral, sem prazo para terminar, a partir de fevereiro.
O movimento foi deflagrado após o lobby de policiais federais surtir efeito e de corporações garantirem recursos para receberem aumentos salariais em 2022, com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Foi realizada nesta quarta uma reunião do Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado).
A entidade reúne 37 associações e sindicatos de carreiras de estado, sendo que cerca de 30 são de categorias do serviço público federal, como CGU (Controladoria-Geral da União), diplomatas, analista de comércio exterior, Tesouro Nacional, Receita Federal, auditores do trabalho e peritos federais.
Como o Fonacate indicou a realização de paralisações e greves, sindicatos que não estão vinculados à entidade, como de servidores do Meio Ambiente, também já iniciaram a mobilização com o objetivo de fortalecer a adesão e a ameaça de greve.
Cada sindicato deverá aprovar em assembleia o apoio à paralisação. A ideia é que o movimento seja unificado e amplo, inclusive servidores de outros Poderes, como Judiciário. Portanto, não apenas das carreiras do Fonacate.
A pressão do funcionalismo por aumento salarial preocupa a equipe econômica.
Em mensagens encaminhadas a ministros e membros do governo, o ministro Paulo Guedes (Economia) pediu apoio contra o reajuste amplo aos servidores, que, segundo ele, pode quebrar o país.
Fonte: Folha de São Paulo