Sindicato do BC critica Dilma e Marina por afirmações sobre autonomia

    O sindicato dos funcionários do Banco Central criticou as candidatas à Presidência Dilma Rousseff e Marina Silva por suas posições em relação à autonomia da instituição.

    Em nota, o Sinal (Sindicado Nacional de Servidores do Banco Central do Brasil) afirma que os funcionários da instituição estão revoltados com as posições e declarações das candidatas.

    De acordo com o presidente do sindicato, Daro Piffer, o corpo funcional do BC foi desqualificado e a lisura do órgão foi colocada em suspeição.

    “O embate político transformou a discussão sobre a autonomia do Banco Central numa sucessão de acusações e impropérios que só visam confundir e ludibriar grande parte dos cidadãos”, diz a entidade em nota.

    “As duas candidatas deixam a entender que o Banco Central é uma organização amorfa, sem controle, nos quais sua diretoria e seus servidores agiriam como marionetes de interesses escusos, ou de banqueiros ou de políticos.”

    O sindicato afirma que apresentou um projeto de lei que propõe o mandato fixo para a diretoria do BC, com objetivo de proteger a administração contra interferências e pressões ilegítimas.

    Pela proposta, os dirigentes são indicados pelo presidente da República, com mandato coincidente com o chefe do Executivo, “para que prevaleça a harmonia com o programa de governo, devidamente aprovado nas eleições”. Segundo o Sinal, com isso, a instituição terá autonomia, mas não independência.

    O programa de governo de Marina propõe mandato fixo para o presidente do BC, sem esclarecer se a regra vale para os demais membros da diretoria. Também não se fala em relação a mandatos coincidentes ou não.

    O sindicato diz que o projeto também altera a missão do BC, para incluir o compromisso com o desenvolvimento econômico, como nos EUA e na China.

    Reportagem da Folha de domingo (14) mostrou que a proposta de autonomia que a Marina deve apresentar, caso eleita, poderá incluir a geração de emprego entre os fatores que deverão ser perseguidos pela diretoria da instituição em suas decisões. A medida, inédita no país, já é adotada pelo BC dos EUA.

    Fonte: Folha de S. Paulo

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