O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou ontem que o governo federal vai executar, a curto prazo, um plano emergencial para garantir o abastecimento de energia no país nos horários de pico. Braga confirmou que o governo vai incentivar o uso de geradores próprios pelo comércio em geral e produção de energia pela indústria. Segundo o ministro, a presidente Dilma Rousseff avalizou as medidas.
“Vamos tomar ações junto a produtores independentes, áreas comerciais, shopping center e à indústria, que tem sua própria energia, para que possamos acionar esses equipamentos no período da ponta de carga”, afirmou o ministro.
“Essas medidas serão tomadas para que possamos passar por esse momento crítico com maior tranquilidade”, disse Braga ontem, ao chegar ao Congresso Nacional para a cerimônia de posse dos novos senadores.
Segundo Braga, as medidas levarão em conta as mudanças no “ponto de carga”. Ele observou que antes o pico da demanda ia das 18h às 21h, e agora o governo detectou que o novo “ponto de carga” vai das 14h às 17h.
Braga também mencionou que autorizou um novo leilão A-5. Acrescentou que haverá troca nos equipamentos das linhas de transmissão para que seja possível transferir mais energia do Norte para o Sudeste.
Em São Paulo, o volume de água armazenada no sistema Cantareira voltou a diminuir ontem, após sete dias de estabilidade. De acordo com a Sabesp, o complexo de represas amanheceu com 5% da capacidade preenchida, queda de 0,1 ponto percentual em relação ao estoque registrado no sábado (5,1%). Esse total já inclui a segunda cota do volume morto.
No sábado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a criação de um comitê para tratar a crise hídrica que afeta o Estado de São Paulo. A medida foi uma resposta a pedidos de prefeitos paulistas, que cobraram de Alckmin diretrizes para enfrentar o problema.
Como medidas para o enfrentamento da crise, o governador citou as obras da ligação dos rios Atibaia e Jaguari e o projeto de interligação da represa Billings, na zona sul de São Paulo, com o sistema Alto Tietê, a leste da capital paulista.
Em Minas Gerais, a crise hídrica que atinge algumas regiões do Estado e o receio de uma “invasão” de foliões, além do corte de verbas, fizeram pelo menos 20 cidades do interior cancelarem o Carnaval deste ano. Algumas prefeituras temem que o consumo de água suba muito e o sistema de distribuição de água não dê conta da demanda. A maioria dos municípios nessa situação fica no Centro-Oeste do Estado, entre eles Itapecerica e Oliveira.
As cidades históricas do Estado, como Diamantina e Ouro Preto, optaram pela manutenção do Carnaval. As prefeituras garantem que não vai faltar água e os municípios estão preparados para receber mais visitantes do que em anos anteriores.(Com agências noticiosas)
Fonte: Valor Econômico