Edição 171 – 28/10/2015

27 anos de luta…


Por Samuel Oliveira

Há exatos 27 anos, nascia o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central. Criado 23 dias após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Sinal segue refletindo até hoje os ideais de representatividade e voz ativa que tomaram conta do país à época, após longo período de repressão.

“O Sinal veio do Ovo”. A afirmação do primeiro presidente do sindicato, Paulo Eduardo de Freitas, pode parecer estranha, mas é a pura realidade. No final da década de 1970, o informativo de nome excêntrico, produzido em São Paulo, veiculava pelos corredores do edifício as reivindicações dos trabalhadores do Banco Central. O Ovo, conta Freitas, foi o embrião da organização sindical dentro da Autarquia.

Logo nos primeiros anos da década de 1980, crescia o sentimento entre a base da necessidade de uma entidade que tivesse a “cara” do corpo funcional no BC, o que se distanciava do âmbito de representatividade do Sindicato dos Bancários. “Nós éramos responsáveis pela regulação de bancos. Portanto, nossas demandas eram totalmente distintas”, relata Freitas.

Após o Ovo, veio a União Nacional dos Trabalhadores do Banco Central (UNTBC), o movimento Democracia e Independência (DI) e, finalmente, a Associação dos Funcionários do Banco Central (AFBC), instituição que chegou a congregar 90% do quadro ativo no órgão e foi responsável por conclamar a primeira greve da história de bancos centrais pelo mundo, em 1987.

Em 28 de outubro de 1988, a assembleia geral de servidores do BC reafirmou o que já havia sido decidido em plebiscito e formalizou a criação do Sinal, entidade própria da Casa.

Ata Fundação Sinal

Para mostrar a que veio, o Sindicato enfrentou grandes lutas já nos primeiros anos de fundação. “Nascemos batalhando para que reconhecessem nosso espaço como legítimos representantes dos funcionários, inclusive, frente a uma diretoria resistente à nova entidade no Banco Central”, afirma Freitas, lembrando que em 1991, o então diretor de Administração, Joubert Furtado, que se aliara a um grupo que queria o fim do Sinal, deixou o cargo após grande greve dos trabalhadores.

Os anos 1990 também foram de estabelecimento no cenário nacional e afirmação de importantes bandeiras pelas quais o Sinal trabalhou e segue trabalhando. Além da defesa constante de pleitos dos servidores, o Sindicato foi criado com o objetivo de construir um BC autônomo e voltado ao cidadão, aspectos que serão alcançados com a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que atribui ao sistema financeiro o caráter de promoção do desenvolvimento equilibrado do país e o serviço à coletividade.

Em meados dos anos 1990, veio a passagem do quadro funcional para o Regime Jurídico Único (RJU), tornando o Sinal, oficialmente, sindicato de servidores públicos federais.

Novas mobilizações marcaram a atuação na última década. Em 2005 e 2006, grandes greves mostraram que o passar do tempo não fez o servidor do Bacen abdicar da luta por seus direitos e melhores condições de trabalho. Luta que frutificou em 2008, com a implantação do subsídio, marca registrada das carreiras de Estado.

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“Para os próximos anos, o Sinal segue compromissado com os funcionários, inclusive aposentados, com o Banco Central e com a sociedade brasileira”, garante o presidente nacional do Sindicato, Daro Piffer.

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