Edição 311 - 20.08.2024

A CILADA ECONÔMICA: ESTUDO PUBLICADO PELO BANCO MUNDIAL LIGA INDEPENDÊNCIA DO BC AO AUMENTO DA DESIGUALDADE

PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC,
PIOR PARA O BRASIL!

 

Um estudo do Banco Mundial – “Does Central Bank Independence Increase Inequality?” -, de 2021, já mostrava que nos países em que os bancos centrais são independentes, ou seja, o Executivo não tem ingerência sobre as decisões da instituição, fica restringida indiretamente a política fiscal e acaba-se por enfraquecer a capacidade do governo de se envolver na redistribuição de renda.
Aponta ainda que a independência do BC provoca uma desregulação da economia e dá liberdade total aos mais ricos, explodindo o valor dos ativos no “mercado” (os títulos da dívida pública, por exemplo), privilegiando exclusivamente as elites.
“Observe que, neste modelo, a desigualdade é um efeito colateral e não um objetivo em si. Não estamos afirmando que o BC independente está causando desigualdade. Em vez disso, estamos postulando que ele modifica os incentivos dos formuladores de políticas para adotar políticas de compensação”, explicam os economistas Michael Aklin (Universidade de Pittsburgh), Andreas Kern (Universidade Georgetown) e Mario Negre (Banco Mundial), responsáveis pela pesquisa.
O estudo analisou dados de 121 países, no período de 1980 a 2013, e descobriu que durante esse intervalo de tempo os mais ricos aumentaram sua fatia na renda total dessas nações, em prejuízo das camadas de menor renda.
“O impacto foi especialmente severo para os 10% mais pobres, mas também foi negativo e estatisticamente significativo para os 60% da população com menor renda”.
Segundo cálculos do próprio Banco Central do Brasil, para cada 1% de elevação da taxa de juros, a dívida pública do país sobe em R$ 38 bilhões. 
De acordo com economistas, caso a taxa fosse reduzida em apenas meio ponto percentual durante um ano, isso já teria garantido todo o orçamento de 2023 para o Programa Minha Casa Minha Vida.
Atrás da sanha por controle completo da política monetária nacional por parte do capital financeiro, não há a menor sombra de preocupação sobre o que isso significaria para a sociedade brasileira. 
A luta contra a PEC 65, assim sendo, não pode parar!

 

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