Edição 52 – 8/4/2020
A importância do BC para amenizar a crise do novo Coronavírus
A pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) ocasiona, por onde passa, duas grandes crises: a da saúde e a da economia. Conectadas em sua origem e em seu combate, o governo lança mão de seus recursos para amenizar os duros impactos sobre a população.
Tão importante quanto o trabalho dos servidores públicos ligados à área da Saúde, que expondo-se ao sempre presente risco de contágio, têm procurado atender a todos os infectados que procuram ajuda neste momento especial, os servidores do Banco Central do Brasil são os responsáveis por manter em funcionamento o atendimento digital, evitando que as pessoas tenham que abandonar seu isolamento social para fazer operações bancárias; por garantir a solidez do Sistema Financeiro Nacional, minimizando riscos na credibilidade das instituições financeiras e por aumentar a liquidez do mercado, de forma a proporcionar que recursos cheguem aos mais vulneráveis financeiramente, sejam pessoas físicas ou jurídicas, durante o período crítico do ciclo da doença.
O Banco Central do Brasil vem anunciando nas últimas semanas um estoque de ações com o objetivo de mitigar os efeitos econômicos da pandemia. Seja individualmente, seja no âmbito do Conselho Monetário Nacional (CMN), o trabalho do BC visa impedir que a economia brasileira entre em colapso. Tudo isso sem, entretanto, perder de vista o controle dos preços. O desenvolvimento dessas ações, por si só, demonstra a importância estratégica da Autarquia para que o Estado supere mais esta crise.
Vencida a etapa estratégica, é fundamental, agora, que o órgão lance mão de sua atribuição fiscalizadora, para garantir que os recursos decorrentes dos planos de auxílio cheguem à ponta e cumpram a finalidade de garantir a subsistência das empresas, de milhões de empregos e das famílias. Um exemplo é a manutenção da vigilância para que o auxílio emergencial, em fase de implementação, não seja “tomado” automaticamente pelos bancos das contas individuais dos cidadãos, com vistas a quitar débitos pré-existentes, como havia sido especulado.
Outro ponto a ser observado é a necessidade de intervenção do BC para evitar que o momento de vulnerabilidade que acomete parcela significativa da população dê campo à exploração por parte das instituições financeiras através da cobrança de juros maiores que os originais dos empréstimos em eventuais renegociações, principalmente em um momento onde a taxa Selic atinge o menor índice de sua história.
Cabe à Autoridade Monetária zelar pelo bem-estar das grandes instituições e, principalmente, do cidadão, haja vista que em uma economia saudável não é possível prescindir de nenhum deles e nem dissociar os vários agentes que fazem a economia de um país forte. Somente com a estrita observância de todos estes aspectos, conseguiremos atravessar este difícil momento com o mínimo de danos.