A INDICAÇÃO DO PRESIDENTE DO BANCO E A “JABUTICABA” DA NOVA VERSÃO DA PEC 65

Em entrevista à Rádio Gaúcha, em Porto Alegre – RS, no último dia 16, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de se ter um presidente do Banco Central com compromisso com o povo brasileiro.

Se é para ouvir o povo brasileiro, e concordamos plenamente com ele, porque não começar pelos servidores do próprio Banco?

Não se trata de corporativismo ou de impor um nome à sociedade, como faz abertamente o mercado financeiro, mas de simplesmente ouvir a opinião daqueles que de fato tocam as operações do Banco Central.

Os mais humildes dirão: “mas quem sou eu na fila do pão?”.

Diremos nós, então: Mas como um partido que tem trabalhadores no nome não ouve a categoria profissional que trabalha no Banco?

As qualificações de um pretendente, antes de “láureas” acadêmicas, tem de começar pelo seu caráter e compromisso com os anseios democráticos da população.

As negociações atualmente em curso no Congresso Nacional sobre o assunto não podem simplesmente ceder ao lobby dos banqueiros e sua visão de mundo, em que os seus interesses sempre estão em primeiro lugar.

Da mesma forma, um Banco Central que não esteja dentro do Estado brasileiro é um Banco que está à venda para interesses de terceiros.

A nova “jabuticaba” da PEC 65, a transformação do Banco em uma “corporação”, é só outra forma de “fingir” que não está havendo uma terceirização das funções do Banco Central, como no caso de uma empresa pública.

Como aceitar a narrativa de que funcionários celetistas (passíveis de livre contratação e demissão) irão fortalecer o Banco Central?

“O pior cego é aquele que não quer ver”, e que nem por isso deixa de tentar manipular as instituições de Estado em interesse próprio.

A luta contra a PEC 65 deve continuar, mas para isso o governo tem de “acordar”.

Conciliação tem limites, e estes sempre devem ser os direitos da sociedade brasileira a um Banco Central, agente do Estado Brasileiro, que proteja a sua poupança dos interesses do mercado financeiro.

PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC, PIOR PARA O BRASIL!

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