A NOVELA DO PRÉDIO DO BANCO NA GAMBOA
Onde nascem os elefantes brancos?
Após anos de tratativas envolvendo terrenos e projetos, em 2011 foram anunciadas as obras do novo prédio do Banco Central no Rio de Janeiro, no “Porto Maravilha”, com prazo original de 30 meses, ou seja, seria entregue em 2014.
O projeto era requintado.
Incluía espaço cultural, agências bancárias, comércio, salas de aula e um auditório com 400 lugares.
Valor do contrato, de R$ 72,8 milhões.
Segundo o Banco Central, a demora inicial para a conclusão do projeto começou quando foi encontrado um sítio arqueológico no terreno, obrigando a realização de uma operação complexa de remoção e guarda dos objetos encontrados.
Isso também tornou necessário fazer ajustes no projeto original, o que seria, teoricamente, uma das causas de seu encarecimento.
O valor em 2015 passou para quase R$ 104 milhões, segundo o próprio BC, um salto de 42% (*).
Uma auditoria do TCU sobre o contrato levou aos acórdãos 1.870 e 2.935/2015-Plenário, que identificou irregularidades e determinou ajustes (**).
O BACEN realizou os ajustes decorrentes de decisões do TCU.
Entre as irregularidades que foram objeto de audiência, estava a não disponibilização, pelo presidente da comissão de licitações, dos preços unitários e global do orçamento básico do empreendimento.
Já os membros da comissão técnica da concorrência foram chamados a responder por sobrepreço de R$ 23 milhões no orçamento- base da licitação.
O desconto ofertado pelo licitante vencedor, aliado às correções realizadas nos aditamentos contratuais, afastaram o sobrepreço global constatado no orçamento.
Para o TCU, no entanto, não restou diminuída a gravidade de ter havido, no orçamento calculado em R$ 99,87 milhões, um sobrepreço ainda de R$ 23 milhões.
Desse valor, R$ 15 milhões eram relativos à adoção de preços superiores aos de mercado e o restante se referiam a quantitativos inadequados.
Para a relatora do processo, ministra Ana Arraes, “é fato grave na conduta dos responsáveis a constatação de que substancial parcela do sobrepreço estava em itens de fácil orçamentação, disponíveis no SINAP e habituais na quase totalidade das obras de engenharia civil”.
Houve correções dos quantitativos inadequados, mas apenas na fase de execução contratual, já em resposta à atuação do TCU.
Para a relatora, “as irregularidades destacadas determinaram significativo risco de prejuízo ao BACEN”.
Algumas justificativas foram acolhidas pelo TCU, mas outras não foram aceitas.
Para esses gestores, foram aplicadas multas individuais de R$ 3 mil.
Desnecessário dizer que o interesse da firma construtora caiu vertiginosamente.
A Engefort pediu recuperação judicial, fato que suspendeu as obras em dezembro de 2017.
Mergulhada em dívidas de mais de R$ 200 milhões, a empresa já vinha sendo investigada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em uma denúncia de esquema para oferecer a elaboração de planos de recuperação judicial a firmas em dificuldades financeiras(*).
Em 2018, nova licitação foi realizada para a escolha de outra construtora.
Em fevereiro de 2019, a obra foi reiniciada, apenas para ser paralisada novamente em dezembro passado.
Atualmente com data de entrega prevista para o 4º trimestre de 2023, é muito improvável a entrega na referida data.
Isto porque o futuro do próprio projeto “Porto Maravilha” é incerto.
A Caixa Econômica Federal (CEF) e a Prefeitura do Rio entraram em rota de colisão na Justiça Federal.
O desentendimento envolve uma contenda que deve demorar para ser resolvida, mas de imediato produz descrédito entre investidores de possíveis projetos de concessões ou Parcerias Público-Privadas (PPPs) no Brasil.
Em 22 de maio último, a Caixa entrou com uma ação judicial para cobrar da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (CDURP), empresa da Prefeitura, cerca de R$ 2 bilhões por supostos prejuízos em sua participação no projeto de requalificação urbana da Região Portuária.
Como sempre, em nosso país, a junção de políticas públicas e iniciativas privadas parecem significar apenas gasto público para garantir lucros privados.
Nessa experiência, a Caixa tornou-se a maior investidora do “Porto Maravilha” quando, em 2010, comprou todos os Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPSCs) da Operação Urbana Porto Maravilha, usando R$ 8 bilhões do FGTS.
Apesar de utilizar recursos dos trabalhadores, projetos habitacionais como o “Porto Vida” e o “Minha Casa, Minha Vida”, que deveriam construir 10 mil unidades habitacionais, foram completamente abandonados pela Caixa e pela Prefeitura.
Some-se a isto o abandono das comunidades e o grande número de terrenos baldios.
Em síntese, não é difícil perceber o que fracassou.
Com a débâcle do “Porto Maravilha”, a Caixa, ou melhor, o FGTS, tem amargado prejuízos.
É a repetição da clássica “solução” brasileira: usar o fundo público, os recursos dos trabalhadores e trabalhadoras, para salvar investidores e incorporadoras transnacionais privadas.
E para nós, Servidores do Banco Central, o que sobrou foi o “bagaço da laranja”, espremidos entre a decepção de não ter um lugar decente para as operações de tesouraria do Meio Circulante e o medo de sermos usados como “buchas” de um elefante branco em uma área degradada e sem perspectivas.
(*) Correio Braziliense, de 19.03.2015.
(**) Secom TCU, de 1.6.2016.
(*) Apito Carioca 38, e 13.5.2013.
CAMPANHA SINAL-RJ DE COMBATE AO CORONAVÍRUS FIQUE EM CASA! Diretor da Fiocruz já tem previsão de quando vacina começa a ser produzida Instituto tem previsão de conseguir produzir até 40 milhões de doses por mês Se no início da pandemia, a espera por uma vacina contra o novo coronavírus em menos de um ano era uma previsão otimista demais, agora já parece ser algo mais provável. De acordo com o diretor do Instituto Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma, o imunizante pode estar disponível para a população brasileira em até 4 meses após a apresentação dos resultados dos testes clínicos, que já estão sendo realizados. A declaração foi feita em entrevista à repórter Marcella Fernandes, do HuffPost Brasil. Segundo Zuma, o instituto poderá produzir até 40 milhões de doses por mês, mas para isso ser possível, ele disse que algumas adaptações terão que ser feitas como a realização de novos turnos de trabalho. “Se for uma tecnologia que já tem instalações, fica mais fácil. A vacina de Oxford, por exemplo, a gente não tem detalhes ainda aprofundados, mas a gente tem plataformas semelhantes aqui que facilitariam a implantação da produção num tempo menor”, disse Zuma. Na terça-feira, 23, 0 Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp informou que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford já começou a ser testada em voluntários em São Paulo. Ela é uma das 13 em todo o mundo que já estão em fase avançada de testes clínicos. Nessa primeira etapa, serão imunizadas 2 mil profissionais de saúde da capital paulista que não tiveram coronavírus anteriormente. Os testes também estão para começar no Rio de Janeiro. A boa notícia é que embora o estudo com essa vacina esteja programado para durar um ano, se tudo correr bem e a vacina mostrar resultados muito favoráveis, ela poderá ser licenciada para uso emergencial já em outubro. De acordo com o diretor da Fiocruz, esse teste com a vacina é importante que esteja acontecendo aqui no Brasil, pois assim é possível ter certeza de que a vacina é realmente eficaz para os brasileiros. ” Por conta de determinadas características na composição da vacina, ela pode funcionar num país e não funcionar em outro. Por conta de prevalência de vírus circulantes, coisas assim. Circula mais num país e não circula em outro, então a plataforma, o desenho da vacina, pode funcionar melhor num lugar e não em outro. É importante ter o estudo clínico realizado aqui”. Leia a entrevista na íntegra aqui. ****** Pandemia está acelerando saída de idosos do mercado de trabalho; entenda Mais de 1,3 milhão de idosos deixaram de trabalhar ou de procurar um emprego, na comparação do primeiro trimestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior
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