Edição 64 – 21/5/2015
“Absurdidade”
Parlamentares se mostram perplexos com risco de RH no Banco Central
“Absurdidade”. Foi com este neologismo que a deputada Erika Kokay (PT/DF) sintetizou a avaliação dos deputados presentes à audiência pública sobre o esvaziamento do quadro de funcionários do Banco Central e o risco de RH. A situação alarmante instalada na autarquia, devido à baixa no efetivo, deixou os parlamentares perplexos. Um a um, em seus discursos, eles reivindicaram a nomeação de todos os aprovados no último concurso e fizeram duras críticas à intransigência do governo.
O deputado Rôney Nemer (PMDB/DF) confrontou a posição do governo em manter gastos sobre controle, devido à conjuntura econômica. “Convocar concursados não é gasto, pelo contrário, é investimento”. O parlamentar acrescentou, ainda, que o aumento da força de trabalho do BCB representa avanços para o país de um modo geral. “A sociedade é que precisa desta nomeação. É o Banco central que terá condições de fazer bem o seu papel”, concluiu.
Para o deputado Ademir Camilo (PROS/MG) talvez tenha faltado “força técnica ou política” ao Banco Central. Segundo ele, os órgãos de governo mantêm conversas a todo tempo e a autarquia – que havia solicitado 1.850 servidores em 2012 e não conseguiu convocar, sequer, os 500 aprovados dentro da previsão do último certame – não conseguiu se impor. Por fim, Camilo questionou o representante do BC à mesa, Marcelo Foresti Cota, sobre o que a autoridade monetária faria diante de uma negativa do Planejamento em autorizar a posse dos excedentes. Cota se limitou a dizer que o Banco seguiria tentando prestar o melhor serviço dentro das possibilidades.
A deputada Erika Kokay (PT/DF) exclamou contra a falta de respeito com a qual o Bacen tem sido tratado. “Não podemos ter um Banco Central que não tenha a valorização política, não seja escutado pelo Estado”, reclamou. A parlamentar chamou o caso de “absurdidade” e alertou para os riscos vinculados à falta de servidores. “Se o Banco Central não funciona, podemos colocar o país em crise sistêmica”, encerrou.
A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) chamou atenção para a relevância do pleito. “Temos aqui diversas audiências para tratar de plano de carreira, reajuste salarial e vocês estão aqui simplesmente para tratar de recomposição para melhor servir ao povo brasileiro”, enfatizou. E propôs ações junto aos Ministérios da Fazenda e Planejamento. “Vamos aos Ministros, vamos chamar a atenção em discursos para o vencimento do prazo deste concurso”. O encaminhamento apontado pela deputada é que os parlamentares membros da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara solicitem audiência com os Ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa.