Nestes últimos meses tivemos a chance de ver mais uma vez a que interesses serve cada um dos 513 deputados federais na Câmara dos Deputados.
Como sempre, não é difícil “furar” o mar de palavras bonitas produzidas e ditas para enganar os tolos.
Basta ver o que fazem e o que votam e não o que falam.
Há cerca de um mês, a maioria da Câmara votou um decreto legislativo claramente ilegal para tentar derrubar o decreto do governo que aumenta – correta e moderadamente – o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Por tabela, atacaram a Medida Provisória que taxa Bets, fintechs e alguns tipos de investimentos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agro (LCA).
Não é à toa que as bancadas que se opõem a essas iniciativas tímidas de justiça tributária são as mesmas que se recusam a taxar grandes fortunas e os super-ricos.
Simplesmente porque elas estão lá para defenderem a casta de “intocáveis” desse país.
Estes deputados chiam contra os “gastos públicos” – a não ser que seja para si próprios.
Querem congelar o salário mínimo, desconstitucionalizar percentuais para Educação e Saúde e reduzir programas sociais, para manter a estrutura desigual e injusta.
A grande mídia aplaude.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no dia 25.5, em um evento chamado Nova Indústria Brasil, que o Brasil tem uma “caixa-preta” de R$ 800 bilhões em renúncias fiscais.
Fato solenemente ignorado por estes deputados.
Um assunto que nem sequer tocam em suas fantasiosas declarações contra os “gastos públicos”.
Por que?
Porque os setores economicamente poderosos não querem fazer uma Reforma Tributária prá valer.
Seu objetivo é exatamente manter esses privilégios!
A única cantilena que repetem incessantemente é que acham “demasiados” os gastos com o Beneficio de Prestação Continuada (R$ 30 bi), o Bolsa Família (14 bi), o Vale Gás (3,7 bi), a Farmácia Popular (3,4 bi) e outros programas para os mais pobres!
As emendas parlamentares (parte ainda secretas) atingiram R$ 44,67 bi em 2024, e as Excelências querem mais – como acham pouco os R$ 5 bi do Fundo Eleitoral!
“O projeto do governo não está aumentando impostos sobre a sociedade, mas sim sobre segmentos do setor financeiro e investidores que estão na camada mais rica” – explicou a jornalista Miriam Leitão, em “Falta sinceridade no debate fiscal” (O Globo, 15.6.2025).
Sobra cinismo e hipocrisia!
O que o ministro Haddad propõe são passos moderados na direção da justiça fiscal, porém os “defensores do Capital” só querem saber de “cortes” nos gastos sociais e Estado Mínimo.
Também não é à toa que esses mesmos deputados se interessam por uma proposta como a PEC 65, que “blindará” o Banco Central contra as demandas da sociedade.
Ali só devem prevalecer os interesses dos segmentos a que servem!
Por isso, vamos à luta! |