Assembleia Ato amanhã 31 de março, às 10h No saguão da ADRJA Compareça!
Amanhã pela manhã, no saguão da ADRJA, celebraremos os 50 anos de atividade dos trabalhadores do Banco Central do Brasil, em uma assembleia ato na qual somam-se a pauta da nossa campanha negocial e a reivindicação pela modernização da carreira de especialista do BCB.
Nesse último caso, os colegas técnicos já iniciaram uma mobilização com movimento de suspensão de atividades a partir de hoje (vejam as fotos!). A demanda é pela imediata implantação da modernização da carreira de especialista, com a mudança do nível de titulação de entrada para os técnicos: nível superior.
Além das informações sobre o andamento das propostas legislativas importantes para nós, devemos também responder às dúvidas sobre a atual situação dos processos judiciais em curso, em especial sobre o dos 28,86%.
Este também é o momento de discutirmos o futuro da nossa carreira para os próximos anos. Devemos aprofundar nossa mobilização, buscando passar a todos a urgência de nos unirmos em uma luta que não deve ser fácil, como várias anteriores, mas que pode ser vencida!
50 anos de Banco Central do Brasil: a quem servimos?
Amanhã, o Banco Central do Brasil completa 50 anos de existência formal. A história da sua formação vem dos tempos da antiga Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito), criada após a II Grande Guerra com a função de controlar o mercado financeiro e preparar a criação do Banco Central.
O período até a efetivação da criação do BC passou por muitas discussões que envolviam interesses e pontos de vista distintos. O debate entre partidários de um BC mais focado no desenvolvimento econômico em contraposição aos que defendiam um BC do tipo clássico, apenas preocupado com o controle da inflação refletia, de fato, interesses distintos dentro do corpo da sociedade.
Podemos entender melhor esse longo processo de construção de uma autoridade monetária nos moldes que temos hoje como a busca de um denominador comum a esses interesses. Esse longo processo justifica-se pelo poder que se transfere para quem detém o poder de emitir moeda. A locação de capital, a escolha dos investimentos a serem realizados em uma economia são fortemente dependentes de como o BC atua.
Visões teóricas distintas servem de suporte argumentativo a cada uma das opções de modelo para esse tipo de instituição. Atualmente, nosso BCB tem perfil de banco central clássico, com um modo de atuação que inclui a supervisão bancária, o que se mostra bem útil em tempos de instabilidade financeira.
Contudo, internamente, temos uma estrutura de tomada de decisões muito concentrada. Essa concentração se dá não apenas na estrutura organizacional, em que demandas de cima do organograma são executadas sem se demandar o devido questionamento analítico, mas também espacialmente, com o BCB deixando de atender às demandas da sociedade em regiões diversas deste imenso país.
O Sinal-RJ entende que o BCB, incluindo a sua forma organizacional, deve ser capaz de respeitar e incorporar em sua ação a imensa diversidade de vocações econômico-financeiras, identidades culturais e realidades sociais do Brasil. Assim, a presença da instituição ao longo do território nacional, hoje limitada a representações a cada dia mais esvaziadas em nove das capitais, deve ser repensada de forma radical, a partir de critérios que incluam a dimensão política da questão.
O BCB deve também ser fortalecido em seu papel de agente do Estado, pautando suas decisões de modo a considerar os interesses da sociedade brasileira em seu sentido mais amplo. Desse modo, o processo decisório da instituição deve ser mais fundamentado no seu quadro técnico, pela sua participação em instâncias colegiadas que guardem maior grau de democratização do que as atuais, tornando-o menos sujeito a forças externas à própria instituição (como os interesses do sistema financeiro ou de governos e governantes transitórios).
Além disso, as práticas de gestão do BCB devem ser revistas para garantir que o quadro de servidores esteja ajustado às demandas do trabalho. Para tal, ele deve ser adequadamente qualificado e suprido, em permanente processo de desenvolvimento, justamente remunerado, dispondo de elevada Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), com atuação em todo o território nacional.
Enquanto servidores de uma instituição dessa importância para a sociedade, não devemos nos furtar de opinar, criticar e sugerir. Não basta comemorar os 50 anos com bolo e velas, devemos ajudar a levar as benesses do nosso trabalho a todos e em todos os recantos do país.