Edição 21 – 8/2/2017

Barateamento do crédito é interesse de toda a sociedade


Tendo como debatedores o presidente do Banco Central Ilan Goldfajn e três ex-presidentes da autarquia – Gustavo Loyolla, Armínio Fraga e o Ministro Henrique Meirelles -, o BC discutiu sobre a redução do spread bancário e o consequente barateamento do crédito no Brasil, sob a mediação do jornalista João Borges, que já trabalhou na Casa.

Ao se referir aos muitos colaboradores da iniciativa, Ilan [Goldfajn] nominou as “entidades de classe que também tem contribuído para este esforço”. Chamados assim a participar, algumas considerações se fazem necessárias.

A expectativa social para com o sistema financeiro é que este seja estruturado de modo a promover o desenvolvimento equilibrado do país e atender os interesses da coletividade. Modo geral, o crédito mais barato e o sistema financeiro mais eficiente contribuem para a consecução do ordenamento constitucional pela atividade de intermediação de recursos monetários.

Pelo menos dois aspectos, que em maior ou menor grau foram abordados pelas quatro autoridades, chamam a atenção e exigem cuidado no trato. A existência de crédito direcionado encarece o crédito livre e a inadimplência é hoje o fator mais preocupante na composição do spread dos bancos. Ambos os postulados são plenos de verdade. No entanto, para que o objetivo conte com o concurso de todos – autoridades, servidores públicos e a sociedade – é preciso levar em conta que o desenvolvimento econômico e social nacionais demandam que determinadas atividades, em cada quadrante do tempo, sejam beneficiárias de crédito favorecido, em razão dos “interesses da coletividade”; e que as margens bancárias são fator também importante na composição do spread, e tendem a se tornar principais se a inadimplência for controlada, e que também merecem medidas para que pesem menos no preço do dinheiro.

Os servidores, em razão das posições que ocupam no organograma, já estão integrados aos trabalhos pelos objetivos traçados no BC+, projeto abordado em edição anterior do Apito Brasil. Mas a contribuição da sua entidade de classe demandará espaço institucional para discussão também de pontos que ainda não fazem parte da agenda de trabalho pela produção de resultados “estruturantes e sustentáveis” para a sociedade, pagadora última da nossa excelência.

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