Edição 201 – 06/11/2017

Carreira de Especialista: direção do BCB acena com proposta de reestruturação


A história do Banco Central do Brasil, marcada pela excelência dos serviços prestados à nação brasileira, deve ser contada tendo os seus servidores como atores principais na construção de um Órgão respeitado nacional e internacionalmente, não só pela sua inegável qualidade técnica, mas, também, pelo exemplo de retidão e honradez no cumprimento de suas funções.

Muito embora a nação brasileira veja as principais instituições da República soçobrarem na corrupção endêmica que a assolou, o Banco Central do Brasil, pela dedicação extrema de seus servidores na execução de suas atividades, aliada ao respeito e à honestidade de princípios, tantas vezes demonstrados, continua a ser paradigma de serviço público voltado à sociedade.

Para alcançar esse estado de estabilidade funcional, o servidor do BCB sempre buscou a necessária independência para executar suas atribuições. Não se atemorizar por pressões de grupos ou pessoas, contando com a solidez da Autarquia como respaldo, foi sempre característica marcante de nossa categoria.

Os servidores sempre entenderam que essa atuação livre de interferências externas era fator preponderante para garantir o cumprimento de suas funções, ficando patente, que deveria ser mantida e aprimorada, nunca reduzida.

A defesa de uma lei orgânica própria, a modernização da carreira de Especialista e a busca por prerrogativas que valorizem os cargos que exercem, são exemplos de pleitos dos servidores, aprovados em assembleias nacionais por toda a categoria, que visam a solidificação dessa forma soberana de atuar em prol da consecução de seus objetivos funcionais.

A manutenção da qualidade de seu corpo funcional, garantida pelo ingresso, exclusivamente, por concursos públicos, a prevalência de cargos efetivos na execução das atribuições e a melhor distribuição destas, de acordo com a área de atuação de cada servidor, também fazem parte do arcabouço de medidas que precisam ser,não só preservadas, mas, desenvolvidas.

Neste momento, em que a atual direção do Órgão acena com a possibilidade de apresentar uma proposta com vistas a reestruturar as carreiras do BCB, devemos, mais do que nunca, revisitar o passado recente que nos honra, para não corrermos o risco de destruir o nosso futuro como Instituição.

O Banco Central do Brasil, como executor de atividades exclusivas de Estado, necessita consolidar as carreiras de seus servidores, mantendo, ampliando e tornando cada vez mais transparente para a sociedade o seu poder decisório. Nossas atribuições de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e garantir um sistema financeiro sólido e eficiente não são compatíveis com funções meramente consultivas.

Por um Banco Central mais forte, digno de seus servidores e da sociedade brasileiro.

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