Edição 193 - 13.09.2023

CARTÃO DE CRÉDITO: EXTORSÃO “À BRASILEIRA”

Cartão de crédito: extorsão “à brasileira”


A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) criticou nesta terça-feira (5) a criação de um teto para os juros rotativos e afirmou que a limitação das taxas pode inviabilizar cartões de crédito.

A manifestação veio após a Câmara dos Deputados aprovar um projeto de lei sobre o tema.

“No caso do cartão de crédito, produto que responde por 40% de todo o consumo no Brasil e 21% do PIB, tetos para os juros no rotativo podem tornar uma parcela relevante dos cartões de crédito inviáveis economicamente, afetando a disponibilidade de crédito na economia”, disse, em nota, a entidade representativa dos bancos.

Como se vê, a FEBRABAN não acha nada demais a forma como a maioria da população se endivida e se torna um pária na sociedade de consumo.

O rotativo do cartão é uma modalidade ativada automaticamente quando o cliente não paga o valor total da fatura do cartão até a data do vencimento.

Sem documentação ou burocracia.

As administradoras liberam cartões quase que indiscriminadamente, não é raro encontrarmos pessoas sem renda obterem 3 ou 4 cartões.

O motivo de tanta generosidade é simples: trata-se da categoria de crédito mais cara do país, com juros que, em média, chegaram a 445,7% ao ano no mês de julho passado.

O resultado é mais do que óbvio: segundo dados do Banco Central, a inadimplência de operações com rotativo atingiu 49,5% em julho deste ano.

São R$ 76 bilhões em dívidas no país.

A explicação do mercado financeiro para tal resultado é “exemplar”: ė falta de educação financeira, ou seja, a culpa é da própria população.

Se você busca o mercado de crédito “normal” e não é cliente com histórico de bom pagador, as exigências partem de garantias reais como uma casa ou um automóvel, a até praticamente um “olho” ou um “rim” em uma financeira.

O cartão de crédito é como uma eutanásia a médio e longo prazo, mas quem liga quando tem de batalhar o jantar de hoje à noite…

A FEBRABAN e o Banco Central acham isso tudo muito normal.

Precisam literalmente que alguém grite no Congresso sobre estes números astronômicos para que saiam de sua letargia.

Quem quer ser considerado como carreira de elite do serviço público federal precisa estar antenado com os anseios populares e não repetir mantras da FEBRABAN como faz a Diretoria do Banco Central.

Diga pelo que você quer lutar!

LUTE JUNTO COM O SINAL!

Não deseja mais receber o Apito Carioca? Clique aqui.

SINAL-RJ: End.: Av. Presidente Vargas, 962, salas 1105 a 1111 – Rio de Janeiro (RJ)
CEP: 20.071-002. Tel.: (21) 3184-3500. E-mail: sinalrj@sinal.org.br

Edições Anteriores
Matéria anteriorDaqui a Pouco!
Matéria seguinteEdital de Convocação