Edição 5 - 2/2/2015

Congresso Nacional – Como será o amanhã?


O Congresso Nacional abriu oficialmente, na tarde desta-segunda-feira, 2 de fevereiro, o ano legislativo. No domingo, 1º, as duas casas, senadores e deputados elegeram seus respectivos presidentes para o biênio 2015-2016.

O Senado e o Congresso serão presididos pela quarta vez pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A Câmara, pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A eleição de Cunha, no primeiro turno, por 267 votos, contra os 132 recebidos pelo deputado governista Arlindo Chinaglia (PT-SP), surpreendeu o Planalto, que acreditava que a disputa seria travada em segundo turno. O deputado Júlio Delgado (PSBN-MG) recebeu 100 votos e o novo líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), oito.

Embora tenha adotado discurso conciliatório logo após sua vitória, o novo presidente da Câmara é conhecido por sua postura independente em relação ao governo Dilma Rousseff, que jogou toda a força do governo na tentativa de impedir sua eleição. No entanto, segundo analistas, ele teria recebido − “veladamente” − apoio do vice-presidente da República, Michel Temer, também do PMDB. Além dessa derrota, a legenda da presidente da República, o PT, não terá representatividade na mesa diretora da Câmara.

Nesta terça, 3, serão eleitos os presidentes das comissões permanentes das duas Casas do Congresso. O resultado eleitoral na condução do Congresso, em especial na Câmara, deixa uma incógnita em relação à tramitação de proposições de interesse do funcionalismo, e, em particular, aos dos servidores do Banco Central.

Além de arrocho na política econômica, em contradição às promessas eleitorais da então candidata, espera-se mais denúncias do Ministério Público Federal relativas à Operação Lava-Jato, envolvendo ex-diretores da Petrobras, empresários e políticos, entre eles, deputados e senadores, entre eles o presidente do Senado.

A suposta inserção do nome do deputado Eduardo Cunha na lista da lava-jato, mencionada por setores da mídia em meio à sua campanha, teria sido um dos principais motivos da discórdia entre o então candidato à presidência da Câmara e o Palácio do Planalto.

Agora, espera-se que, após o Carnaval, quando o ano brasileiro realmente começa, os ânimos se estabilizem – pelo menos em parte, ou melhor, em pelo menos um dos lados da Praça dos Três Poderes.

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