Edição 179 – 4/10/2017

De frente para os holofotes e de costas para os servidores


Ao tempo em que o presidente, Ilan Goldfajn, obtém reconhecimento e premiação internacional pelo trabalho desenvolvido à frente do Banco Central do Brasil, conforme divulgado no boletim Conexão Real, de 2 de outubro, os servidores da Instituição, responsáveis diretos pela consecução dos seus objetivos, permanecem sendo solenemente ignorados na busca da devida valorização pelos serviços prestados.

A pauta de reivindicações e de preocupações só faz crescer, já que nenhuma das demandas é atendida e possíveis soluções permanecem sempre na esfera de compromissos para um futuro que nunca chega.

Desde que assumiu o cargo, o presidente, por diversas vezes, comprometeu-se a tratar das assimetrias salariais, internas e com relação a outras categorias congêneres, quando elas, de fato, se estabelecessem. Consolidadas as assimetrias, após a efetivação dos reajustes salariais, a direção do BCB sinaliza, com aparente entusiasmo, que já conseguiu promessas do governo de que elas não aumentarão, ou seja, que se contabilize o prejuízo e confie num futuro sem mais desigualdades.

Sofreremos, todos unidos, com o adiamento dos reajustes salariais de 2018 e 2019, com o aumento da contribuição previdenciária, com a criação da Carreira de Gestão Governamental, com a suspensão dos concursos públicos e mesmo onde já houve mais rebaixamento da categoria de Especialista do BCB, como no caso da não existência de limites para adesão ao Programa de Demissão Voluntária, já há um compromisso, para o futuro, de que mais essa assimetria será revista.

Questões que nos afligem exclusivamente, como a modernização da carreira de Especialista, continuam sendo tratadas sem o menor envolvimento efetivo da direção, diferentemente do que vimos acontecer em outras categorias, deixando somente ao Sinal e aos servidores a busca pela concretização de temas como a aprovação da Emenda 51 à MP784/2017 e do Nível Superior para o ingresso ao cargo de Técnico do BCB.

A premiação e o reconhecimento internacional colocam o presidente do Banco Central da forma como ele sempre se portou: de frente para os holofotes e de costas para os servidores.

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