Edição 129 – 27/8/2015

É preciso cada vez mais visibilidade da insatisfação dos servidores do Banco Central do Brasil


No momento em que crescem as evidências de o governo enviar o projeto de Lei Orçamentária sem a conclusão das negociações salariais, limitando a expansão das despesas de pessoal a valor estipulado ao seu bel prazer, muito inferior à inflação prevista para este ano, o movimento dos servidores só faz crescer nas dez sedes do BC, sob as mais diversas modalidades.

Reforçando o movimento grevista que cresce em todo o país, colegas manifestaram-se individual ou coletivamente enviando carta ao Presidente Tombini ou expressaram suas posições quanto à entrega das comissões de Especialistas, como forma de pressionar o a direção do autarquia pela equiparação salarial entre as carreiras da Casa.

Mesmo em meio às atribulações que são próprias do cargo que ocupa, mais ainda em tempos de inflação alta e custos elevados de contenção cambial, Tombini recebeu o presidente do Sinal, Daro Piffer, acompanhado de dirigentes sindicais das várias praças onde o sindicato está organizado. Na ocasião, os presentes entregaram-lhe em mãos a missiva originada no Rio de Janeiro, que já conta com dezenas de envios daquela e de outras sedes do BC.

Sem Título-2

Acompanhado do comitê estratégico, o Presidente afirmou que pouco pode fazer pela carreira que integra e é responsável, como atividade fim, pelo cumprimento da missão da autoridade monetária. Um de seus assessores assegurou que “ações invisíveis” já estariam em curso, enquanto o Diretor de Administração procurou transferir responsabilidades aos servidores com a famosa expressão sinaleira: “juntos somos fortes”.

Juntos? Então porque esta autarquia corta o ponto dos grevistas? Não se observa reitores universitários fazendo isso com os professores e funcionários em greve há mais de mês…

O final da tarde apresentou também avanços na nacionalização da luta. Em Brasília acorreram mais de 500 colegas à porta do Banco para a paralisação de uma hora. Entre as discussões de que temos notícia, indignação com a condição de categoria de terceiro escalão, com responsabilidades e capacidade técnica de primeira, e disposição de aumentar o ritmo da mobilização.

Para que a diretoria e, em especial, o ministro Tombini, assuma o seu papel frente à necessidade de enfrentar os graves riscos de recursos humanos que o arrocho salarial e uma política organizacional que deprecia a maior parte dos funcionários proporcionam, é preciso que cada servidor faça sua parte.

Por isso, hoje é dia de paralisação no banco e marcha na Esplanada. E na próxima terça feira, a ordem é greve total.

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