Entrevista sobre o sistema de detecção de metais e de escaneamento de bagagem por RX
Para tentar esclarecer as diversas dúvidas de filiados, sobre o sistema de detecção de metais e de escaneamento de bagagem por RX, o Sinal realizou entrevista, via teleconferência, em 11/06/2015, da qual participaram: Marcelo Cotta, Chefe De Gabinete da Dirad, Lidia Reiss, Chefe Adjunta do Deseg, Cecilia Gontijo, Chefe de Subunidade do Deseg; Sinal-DF.
Veja a seguir as respostas:
1. Qual o tipo de radiação que é emitida pelo detector de metais que irá transpassar o corpo dos servidores do BC no mínimo 4 vezes ao dia?
Onda eletromagnética, com frequência de onda infinitamente menor ao de um telefone celular, o portal é como se fosse um ímã, um campo eletromagnético, conforme já publicado na Intranet.
2. Há estudo científico comprovando que a exposição diária a essas ondas durante anos é inofensiva à saúde das pessoas?
O que existe são as certificações internacionais de liberação de uso desses equipamentos. Essas certificações existem tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista de saúde, inclusive foram documentos solicitados por ocasião da licitação. As certificações liberam os equipamentos para uso diário pelas instituições, em suas rotinas de trabalho. Todos os equipamentos adquiridos são certificados internacionalmente. Inclusive houve questionamentos nas redes sobre o escaneamento de alimentos por RX. A indústria alimentícia utiliza esse tipo de escaneamento como parte integrante do controle de qualidade de alimentos há muitos anos, sem prejuízo para o alimento ou para a saúde de quem consumi-lo.
3. Todo o público que adentrar às instalações do Ed. Sede deverá passar pelo detector? Exemplo: visitantes em geral, escolares e seus acompanhantes, universitários, delegações estrangeiras, participantes de eventos nos auditórios, servidores, chefes de unidade, subunidade, demais comissionados, procuradores, diretores, terceirizados?
Sim, todo o público citado passará nos pórticos, e, se portar bagagem passará pelo escaneamento a regra é a mesma para todos.
4. Qual o tratamento de pessoas que acionem o dispositivo? Haverá a segunda revista com a raquete?
Sim, a pessoa passa a primeira vez, ao acionar o alarme, verifica o que tem nos bolsos, retira e coloca na bandeja e passa mais uma vez no portal, se disparar novamente, o portal a zona problemática, o que já auxilia na hora de fazer a inspeção com a raquete; esclarecida a razão, por exemplo, uma fivela grande do cinto, a pessoa está liberada para seguir.
5. E se continuara acionando, haverá necessidade de uma revista física?
Normalmente, o problema é rapidamente esclarecido, porém, num caso excepcional, a pessoa será conduzida para uma sala, denominada “sala de acautelamento”, para onde será procedida revista pessoal, onde ela será acompanhada por mais duas pessoas e pelo vigilante. Porém isso seria um caso extremo, não se imagina que aconteceria a todo momento.
6. Exatamente, queremos esclarecer o caso da exceção: tem pessoas treinadas para fazer a revista, de ambos os sexos?
Sim, temos vigilantes treinados, do sexo masculino e do sexo feminino. Só para complementar, temos operado em regime de testes na plataforma, há alguns dias, e as pessoas, incialmente resistentes a passar pelo portal, perceberam que o pórtico foi calibrado sem o rigor de um aeroporto, e constatam que cintos sociais, óculos, relógios, carteira com poucas moedas, não acionam alarme, fazendo com que a passagem seja mais rápida a cada dia.
5. Os portadores de próteses fixadas por parafusos metálicos, marca-passo e outros dispositivos, podem ser dispensados desse procedimento, ou terão que ser revistadas em duas etapas todos os dias? Quem terá autoridade para dispensar?
Imaginamos que essas pessoas até tenham um documento ou atestado que é portadora da prótese, e, se acionar o alarme do portal, mostra o documento e estará liberada, não há necessidade de se fazer duas inspeções na pessoa a toda hora. A ideia é ser prático, o servidor pode nos ajudar providenciando essa documentação. Agora existem outros casos, como do marca-passo, que, segundo o fabricante do equipamento não é afetado, porém se a pessoa se sentir mais segura passará por fora do portal, e será feita a inspeção com a raquete e logo a seguir dispensada. Lembrando que os pertences dessas pessoas passarão pela inspeção normalmente junto com a bagagem de todos.
7. Foi feita uma medição de indicadores de segurança que serão incrementados com a instalação do sistema, para avaliação do investimento realizado, documentando o “antes” e o “depois”?
Todo o processo de aquisição e implantação desse sistema foi baseado numa análise de risco do Departamento e todos os controles foram avaliados, e as simulações foram feitas, testando-se vários cenários que estão sendo aqui questionados; tudo foi estudado considerando-se as ameaças e o público que se tinha e os problemas que teríamos que controlar. Essa avaliação de riscos será periodicamente revisada e reavaliada, e ela foi tomada como base para o estudo de custo-benefício para a implantação do sistema. É importante saber que não é uma decisão unilateral do Deseg, mas uma medida tomada por decisão do COSEG – Comitê de Segurança do Banco Central, aliás bastante antiga, e que agora está sendo implementada.
8. Os pórticos e scanners estão situados no final da rota de fuga do Ed. Sede, na saída do 2º subsolo e na saída da plataforma, em caso de sinistro no Edifício Sede:
a. Foi feito exercício de abandono após a instalação dos equipamentos? o exercício de abandono ainda não foi feito neste ano, mas ele vai acontecer normalmente, como todo o ano; com relação à rota de fuga, ou exercício de abandono, os aparelhos são desligados, ou mesmo se não o forem, a passagem pelos portais no trânsito no sentido de saída do prédio é totalmente liberado. Como o portal é vazado, não vemos como obstáculo à saída das pessoas, o único empecilho que existe seriam os aparelhos de raio-x ficariam no caminho. Esse fluxo de pessoas permanece não afetado
b. Houve registro do tempo levado “antes” do tempo “depois” da instalação dos equipamentos? Esse resultado obteremos após o próximo exercício de abandono do prédio, comparando os tempos aferidos.
c. Haverá retardo em relação à situação “antes” (sem equipamentos) esse retardo poderá significar perda de vidas? fica prejudicado, pois não há elemento para comparar.
d. Em caso de alarme de abandono, há algum protocolo a ser cumprido pelos operadores do sistema ou pelo Deseg ou ainda Brigadistas, por exemplo, desligamento e retirada dos equipamentos do local? não, pois não consideramos que haja um obstáculo à rota de fuga, as pessoas passarão sob o portal ou por fora dele. Mas o nobreak visto na plataforma, conectado aos equipamentos, com tamanho suficiente para alguém tropeçar e, numa fuga, ser pisoteado pelos outros, vai permanecer ali? R.: não, está ali provisoriamente, os nobreaks ficarão sob os equipamentos de RX e a fiação será toda sob o piso.
e. Ouvimos dizer que há uma cortina metálica para blindar a saída do 2º subsolo, “lacrando” hermeticamente o acesso pelo 2º SS. Em que casos será feito o uso dessa cortina? refere-se a um reforço da segurança perimetral do nosso prédio, que por ser todo em vidro, pode ter sua fachada quebrada e invadida. Trata-se de evitar uma invasão do prédio caso seja quebrada a fachada externa. É uma rotina totalmente isolada de abandono do prédio ou de sistema de controle de acesso.
f. Foi pensado em como prover segurança no acionamento desse mecanismo, para não ocorrer equívoco e em plena emergência de abandono alguém acionar o fechamento do prédio? o procedimento não se confunde com os de emergência, é rotina independente. Não há possibilidade de “confusão” e por acidente alguém bloquear a saída.
9. Na plataforma, tem uma configuração de 2 detectores de metal e de dois equipamentos de escaneamento de bagagem de cada lado, totalizando 4 equipamentos; No 2º subsolo, são 2 detectores de cada lado acompanhados de 1 aparelho de escaneamento de bagagem, totalizando 6 equipamentos. Existem detectores também nas entradas privativas? sim, também existem equipamentos instalados nas entradas privativas; todos os acessos estão cobertos.
10. Um servidor relatou que em viagem a serviço, antigamente, para acompanhar o reprocessamento de ouro, viu esse tipo de equipamento instalado em refinarias de ouro, onde o processo de derretimento e nova lingotagem do ouro, em padrão internacional, ocasiona a derrama resíduos em formas de gotas que podem ser levadas no sapato ou na roupa, cabelos, etc. Porém, funcionários do escritório não tinham acesso à fábrica não eram submetidos ao sistema. Por que o BC está sendo mais rigoroso que uma refinaria de ouro ao revistar seus servidores? os objetivos são diferentes. A refinaria está protegendo seu patrimônio, evitando a subtração de seus bens. Aqui no Banco Central o que se quer evitar é que entrem itens perigosos que possam atentar à vida de qualquer pessoa que esteja trabalhando no interior do prédio. Todas as pessoas, servidores, colaboradores e visitantes, podem ser alvo de qualquer coisa. Existem casos históricos sobre servidores que vinham trabalhar armados. Isso era proibido pelo regulamento do Ed. Sede, porém o BC nunca teve instrumental para avaliar se isso era verdadeiro ou não. Antigamente isso só seria possível mediante revista à pessoa. A instalação desse sistema é baseada inclusive, na ideia de não causar constrangimento nas pessoas, melhorando o nível geral de segurança para todos.