Edição 7 – 20/1/2016

Falta de correção em tabela do IR compromete poder aquisitivo do trabalhador


E o poder aquisitivo do trabalhador segue ladeira abaixo. A afirmação do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, de que não existe previsão, nem espaço, para reajuste na tabela do Imposto de Renda (IR) em 2016 apenas confirmou a tendência.

O Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) aponta que a defasagem da tabela de correção IR supera 72% nos últimos 20 anos, em relação à inflação acumulada.

O reajuste das remunerações, consequência principalmente do aumento nos preços, acaba “empurrando” para a faixa de contribuição trabalhadores de renda mais baixa e desloca para faixas mais altas de cobrança aqueles que já contribuem.

Atualmente, quem tem renda a partir de, aproximadamente, R$1.904,00 é obrigado a reter o IR na fonte. Ainda de acordo com o Sindifisco, se houvesse uma elevação na tabela que fizesse jus à inflação, só estaria nesta faixa quem recebesse algo em torno de R$3.250,00.

Um dos argumentos dos defensores da manutenção dos índices atuais é que a mudança nos valores obrigaria o Executivo a elevar outros tributos para compensar as perdas com o IR. A “Folha de São Paulo” noticiou na última semana que ministros do governo buscarão pressionar a Fazenda contra medidas ditas impopulares, como a falta de correção no imposto, e defenderão a proposta de tributar em 40% aqueles que ganham acima de R$100 mil mensais, reduzindo a mordida nas demais faixas.

Caso se confirme a medida, a partir de agosto os servidores verão o crédito líquido dos seus subsídios crescerem ainda menos que os 5,5% acordados em dezembro último, congelado que estará até julho. Com o risco de ganhar uma CPMF de presente.

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