Edição - 01/01/1970

Falta razão e sobra irracionalidade

 

BOCA PAULISTA ELETRÔNICO

 São Paulo, 3 de setembro de 2013 – nº 7


Falta razão e sobra irracionalidade

Como menciona o Valor Econômico do dia 2/9/13, o corte orçamentário é um “esforço para cumprir a meta de superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para todo o setor público”, ou seja, é mais que isso: pretende transmitir ao senhor mercado mensagem de austeridade com vistas a honrar o pagamento dos juros da dívida pública.

Nessa linha, a Folha de São Paulo publicou, no dia 1º/9/13, reportagem sob o título “Despesa com dívida pública tende a crescer” em que afirma que “esperava-se que os encargos da dívida somassem 4,1% do PIB” quando da elaboração do orçamento do corrente ano e que “a previsão já foi discretamente revista para 4,7%”. Sob o argumento de combater a inflação o governo eleva seus gastos com juros e, como o “cobertor é curto”, estrangula o serviço público.

A situação econômica do País exige do governo uma profunda revisão na sua forma de condução, especialmente no que se refere à Política Fiscal, empobrecida com as desonerações recentes que significaram uma renúncia fiscal da ordem de 49,7 bilhões de reais, segundo dados divulgados pela própria Receita Federal.

Nada, no entanto, justifica a ridícula “economia” conseguida (?) com a efetivada dispensa sumária de estagiários do BC, frustando-lhes abrupta e desnecessariamente o sonho de concluir sua formação e se preparar para a vida profissional.

No Banco Central, foi anunciado o corte de 47,1 milhões de reais do orçamento anual de 202,8, correspondente a 23,2%, como diz o comunicado do último dia 30. Entretanto, cálculo mais apurado indica que os cortes atingem quase SETENTA POR CENTO do orçamento previsto para o último quadrimestre do ano!

Impossível efetuar tamanho corte em um orçamento dos mais austeros com o do BC.

É colocar em risco as atividades-fim do BC, pois não serão atingidos apenas “serviços e atividades do museu, da galeria e da biblioteca”, considerados menos importantes pela Instituição. NÃO. Também os serviços de fiscalização, coleta de dados e preservação de informações estão sendo fortemente impactados. Além disso, foi desativada a rede de contingência de dados, o que nos leva à pergunta: estariam nessas condições os serviços do Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB?

As verbas destinadas ao pagamento de diárias já bastante corroídas ao longo do tempo, agora sumiram!

Analistas que tiveram suas viagens canceladas, como já haviam reservado hospedagem, sofreram prejuízo devido ao não comparecimento, o denominado “no show”.

A distribuição recente de aparelhos ultramodernos de telefone conflita com a drástica redução de impressoras e no uso da internet, hoje em dia ferramentas de trabalho imprescindíveis. Que planejamento é este no BC?

O clima organizacional, que já não era dos melhores, está insustentável: pelos corredores só se ouve reclamações e manifestações sobre a precariedade da qualidade dos serviços, causada pela própria administração.

Por outro lado, a diretoria isola-se nos gabinetes e, distanciada da realidade, faz pouco caso das demandas dos servidores. Não se comunica de forma adequada, entende bastar a mera publicação de suas decisões.  O servidor que se dane!

Diante desse quadro, o SINAL convida os servidores para o Ato contra os cortes a ser realizado nesta quarta-feiradia 4/9às 9 horas*, em frente ao prédio do BC em São Paulo.

Não podemos nos calar diante do que está acontecendo com a Instituição!

Conselho Regional do SINAL-SP

* evento com café

SINAL – Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central

Av. Paulista, 1754 – 14º andar – cjs. 141/144

 São Paulo SP –  CEP 01310-920 /   (11) 3159-0252

sinalsp@sinal.org.br  /  link para SINAL-SP: clique AQUI

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