Edição 136 – 3/8/2017
Fonacate discute projeto que prevê demissão de servidor com relatoria no Senado Federal
Lideranças do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) se reuniram, na manhã de hoje, 3 de agosto, com o relator do PLS116/2017 na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, Lasier Martins (PSD/RS), e sua assessoria legislativa. A matéria prevê exoneração de servidores por “insuficiência de desempenho”. Jordan Alisson, presidente, e Epitácio Ribeiro, diretor de Relações Externas, representaram o Sinal.
Os interlocutores do Fórum à mesa entregaram parecer jurídico sobre o dispositivo e elencaram os pontos demaior apreensão às carreiras, entre eles a competência pela avaliação de produtividade do agente público.
O relator assegurou que o objetivo do texto em construção “não é punir os servidores” e que tem recebido demandas diversas. Segundo a assessoria, a ideia é estabelecer o melhor mecanismo de análise de rendimento do funcionário, o que poderia ser feito por meio de uma comissão de chefia, por exemplo.
Ainda de acordo com a assessoria do senador, outras alterações ao texto original precisam ser feitas e os esforços visam firmar critérios claros e impedir quaisquer “subjetividades” quanto à aplicabilidade dos termos previstos. Observou, também, que considerará as salva guardas quanto às carreiras exclusivas de Estado, conforme prevê o artigo 247 da Constituição Federal: “Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá mediante processo administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa”.
O Fonacate destacou, ainda, a necessidade de atenção a algumas peculiaridades inerentes à rotina das carreiras. Para as entidades, a falta de estrutura básica ao desempenho das funções, comum a vários órgãos da Administração Pública, deve serconsiderada no ato de avaliação do servidor, de forma a impedir que ele seja penalizado por conta de fatores que fogem ao seu controle. Igualmente, ponderaram que o funcionalismo não deve ser punido devido a movimento paredistapor reivindicações diversas.
Os representantes do Fórum tacharam como “absurda” a redação do §2º do 23º artigo do projeto, que, sem exceção, prevê: “A insuficiência de desempenho relacionada a problemas de saúde e psicossociais não será óbice à exoneração, se for constatada a falta de colaboração do servidor público no cumprimento das ações de melhoria sugeridas pelo órgão a que refere o art. 22”. A assessoria do relator garantiu buscar meios de contornar a situação prevista.
Por fim, o Fonacate se prontificou a integrar os debates a respeito do PLS e solicitou participação em audiência pública na CCJ,que discutirá o tema, prevista para ocorrer ainda neste mês.