Edição 409 – 20.05.2025

INSTITUIÇÕES PÚBLICAS QUE NÃO APRENDEM COM OS SEUS ERROS CORROEM O SISTEMA DEMOCRÁTICO DE UMA NAÇÃO


No Brasil, em geral, críticas, mesmo as construtivas, costumam ser mal recebidas.

Para o brasileiro cordial de Sérgio Buarque de Holanda, crítica é ataque pessoal e deve ser devolvido com som e fúria.

E, para alguns, até na bala.

Porém, basta sairmos das terras tupiniquins que encontramos uma realidade muito diferente lá fora.

Em países desenvolvidos, a crítica é elemento essencial do sistema de produção.

Algumas fábricas chegam a remunerar monetariamente as críticas e sugestões que possam aumentar a produtividade ou tornar a empresa mais eficiente de alguma forma.

Tal lembrança decorre da notícia de que o Banco Central americano, o Federal Reserve (FED) está conduzindo uma ampla reavaliação de como administrar a política monetária na maior economia do mundo.

Cabe lembrar que essas revisões são periódicas e, quando bem conduzidas, tornam o FED mais apto a lidar com choques econômicos e incertezas políticas.

Ou seja, eles reconhecem que nem sempre utilizam as ferramentas mais adequadas quando muda a realidade à sua volta.

Lá, como aqui, o Banco Central possui um duplo mandato (Promover o máximo de emprego e a estabilidade de preços), mas, pela primeira vez, o FED destacou explicitamente que benefícios amplos no mercado de trabalho, como redução de desigualdades, eram parte desejável de seu objetivo.

No nosso país, a ata do COPOM ainda é lida com a reverência de quem lê livros sagrados impressos por alguma espécie de divindade financeira.

Na visão dos analistas financeiros do mercado, o relatório Focus, com as expectativas inflacionárias por eles mesmos fornecidas, deve ser a principal referência a ser considerada pelos membros do COPOM.

Qualquer crítica ao modelo é considerado uma heresia.

Temos uma das maiores taxas de juros do planeta, e a absurda taxa de juro real, descontada a inflação, acelera a financeirização e o rentismo patológico em nossa economia.

Quando vamos parar e perceber que a economia neste nível de taxa de juros despedaçará inxerovalmente a sociedade brasileira?

Realizar essa revisão de forma adequada é essencial para preservar a credibilidade do Banco Central, e assegura este pilar da sua autonomia.

É mais do que positivo – é necessário – que bancos centrais reconheçam seus erros ao longo do tempo.

Liderar correções fortalece o seu papel em uma sociedade democrática.

A forma como o FED está conduzindo esse processo pode servir de referência institucional para o Brasil, especialmente em um momento em que nosso Banco Central enfrentará pressões crescentes para impedir um novo ciclo de corte de juros.

PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC,
PIOR PARA O BRASIL!

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