Edição 27 – 20/3/2014

Mobilização de servidores na Esplanada alerta: sem este time, o Brasil não entra em campo. Valorização já!


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No dia de São José, 19 de março, o padroeiro da família e dos trabalhadores, a comunidade sinaleira marcou forte presença na mobilização nacional dos servidores públicos federais em Brasília.

Aproximadamente 100 atuais e futuros servidores do BC, de todas as regionais, em especial a comitiva paulistana, participaram do ato em frente ao Bloco K da Esplanada, um dos edifícios do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Quase duas dezenas de entidades sindicais, incluindo representantes dos fóruns regionais, discursaram contra a política de arrocho salarial do atual governo. Como mostra o corrosômetro, a necessidade de recomposição do poder de compra do funcionalismo já alcança 26%.

Alheio às dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores responsáveis pelo serviço público de toda a população, pela estabilidade financeira, arrecadação e segurança do país, entre outros, o poder Executivo, a exemplo de 2012, voltou novamente às costas às justas reivindicações e regulamentações das carreiras de estado e das demais categorias.

Embora a mobilização acontecesse em frente ao bloco onde está lotada a ministra da pasta, Miriam Belchior, o ministério mandou o recado: os dirigentes, um por entidade, seriam recebidos do outro lado da Esplanada, no bloco C, na Secretaria de Relações do Trabalho, repetindo o descaso de ontem, 18, com dirigentes da União das Carreiras de Estado (Apito 26).

Debaixo do forte sol do meio-dia, centenas de servidores atravessaram as vias e o extenso gramado, transferindo a mobilização e não somente a direção do movimento. A comissão de 15 dirigentes nacionais, entre eles o presidente do Sinal, Daro Piffer, foi recebida pelo secretário Sérgio Mendonça somente uma hora depois, sem cobertura de jornalistas das entidades e da imprensa.

Mendonça reforçou a política do governo com os servidores: não haverá negociação salarial em 2014. Poderá, talvez, haver uma reflexão sobre algum reajuste nos benefícios (vale-alimentação, diária, auxílios transporte e creche). Disse, ainda, que o governo não tem margem para abrir negociação orçamentária.

Em relação à regulamentação da Convenção 151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), por exemplo, lembrou que, se não foi regulamentada até agora não o será em ano eleitoral. Segundo o Secretário, o governo quer aguardar o desfecho de projetos (data-base, direito de greve) que tramitam no Legislativo para decidir sobre a regulamentação da Convenção, que estabelece a negociação coletiva entre governos e servidores das três esferas e dos três poderes da República.

E não respondeu à cobrança de Daro Piffer sobre a instalação das mesas seccionais. Disse apenas que a mesa geral está aberta às poucas carreiras que ficaram sem o último reajuste. Destaca-se que, logo no início da reunião, o Secretário declarou, do alto de seu cargo, que não quer ser repetitivo: em 2014 não haverá negociação salarial.

Frente à ameaça de greve das mais variadas categorias – servidores de Universidades Federais já pararam -, Sérgio Mendonça não titubeou: “se tiver greve o governo vai peitar”.

Em ano de Copa no Brasil, vale lembrar o Mané Garrincha: faltou combinar…

Com a palavra, os servidores!

“Sem este time, o Brasil não entra em campo. Valorização já!”

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