Movimentos femininos se unem contra PEC287/2016
Mulheres contra a Reforma da Previdência. Elas, as mais afetadas pela proposta de ajuste, em trâmite por meio da PEC287/2016, lotaram o plenário II da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 8 de fevereiro. Na ordem do dia, a unificação de movimentos femininos contra a escalada de retrocessos em direitos históricos.
A diretora nacional de Ações Estratégicas, Rita Girão, e a diretora de Relações Externas e Intersindicais em Brasília, Vania Souto, representaram o Sinal no encontro.
“No momento em que a retirada de direitos está em pauta, são sempre as mulheres a parcela popular mais afetada”, observou a deputada Érika Kokay (PT/DF). A parlamentar criticou a unificação da idade, em 65 anos, para a aposentadoria de homens e mulheres. “A cidadã brasileira sofre ainda mais com a elevação do requisito, pois é exposta a duplas, triplas jornadas diárias, seja em casa ou no trabalho”, ponderou.
Cenário agravado pelo persistente desalinhamento salarial no país. Segundo a representante da Organização das Nações Unidas (ONU), Camila Almeida, as remunerações percebidas pela mulher ainda são 30% menores que os valores médios pagos ao homem no mercado de trabalho.
A presidente da Comissão de Seguridade Social da OAB/DF, Thaís Riedel, em seu discurso, combateu o que chamou de “falso déficit” no setor previdenciário. Segundo a especialista, o argumento “enganoso vem sendo usado na milionária campanha de mídia do governo”, para tentar convencer a população sobre a necessidade dos ajustes, que punem a classe trabalhadora.
“Violência contra as mulheres, principalmente aquelas que vivem do campo”, classificou a coordenadora da Comissão de Mulheres da Fetaemg, Alaíde Bagetto. Discurso endossado pela senadora Fátima Bezerra (PT/RN), que completou: “as cidadãs brasileiras não podem ser vítimas do ato desumano proposto pela PEC287”.
As entidades presentes devem estabelecer, nos próximos dias, uma agenda unificada de mobilização no Congresso, bem como nas bases estaduais dos parlamentares.