Edição - 01/01/1970

Nossa luta pelo cumprimento do acordo assinado

 

 

 

 

O dia de ontem mostrou que a luta dos servidores pela melhoria da qualidade dos serviços públicos em nosso país não é tarefa fácil. Essa luta requer um acompanhamento contínuo do ambiente político nacional por parte dos sindicatos das diversas categorias.

O Sinal, em conjunto com o SintBacen, atuou fortemente no Congresso Nacional acompanhando o projeto de lei que consolidava o nosso acordo salarial, aprovado pela categoria e assinado pelos nossos representantes sindicais e os do Governo Federal. Esse acompanhamento incluiu conversas com deputados, senadores, assessores parlamentares e colegas de outros sindicatos, objetivando seu melhor encaminhamento nas duas casas congressuais.

Contudo, nesse processo, observamos o surgimento de pressões vindas de setores da sociedade que não possuem o mesmo entendimento da importância da remuneração dos servidores públicos na garantia dos serviços prestados, em especial às classes sociais menos favorecidas economicamente. Essas pressões, em conjunto com a substituição do chefe do Executivo devido ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, trouxeram dúvidas quando ao efetivo cumprimento do acordo assinado. As cobranças baseadas na discutível necessidade de um ajuste fiscal imediato pareciam até mesmo coordenadas, com forte respaldo dos veículos de comunicação mais conservadores.

Nesse caldeirão político, com o aumento da percepção de incerteza, a classe trabalhadora foi chamada a pagar o ajuste fiscal em um ambiente de recessão econômica. Ainda assim, os servidores do Banco Central conseguiram manter algum fôlego de mobilização, com manifestações nas suas diversas sedes ontem. Nós aceitamos esse chamado para mostrarmos o quanto temos de capacidade de indignação e reação à quebra de acordo, alcançado após um longo e árduo período de campanha negocial.

A aprovação do PLC 36/2016 no plenário do Senado Federal, com a manutenção da redação original do projeto oriundo da Câmara Federal, pode, contudo, não representar o final dessa história. Garantidos os índices de reajuste salarial, embora ainda não suficientes para zerar as perdas dos últimos anos, que se somarão às dos anos futuros, resta, ainda, a expectativa sobre a manutenção no seu texto da modernização da carreira de especialista do BCB por parte do Presidente da República interino. Essa modernização embute uma demanda antiga da categoria, a de exigência de nível superior no ingresso ao cargo de técnico. A preocupação com a não inclusão desse item do acordo assinado no projeto de lei levou nossos colegas técnicos a deflagrarem uma paralisação de 48h. O projeto foi aprovado ontem à noite, mas há necessidade de o presidente do Banco Central defender junto a mais alta esfera decisória do Executivo a modernização da nossa carreira, já acordada no governo anterior e aprovada no âmbito do Congresso Nacional.

O Sinal continua atento a essa e a outras demandas do nosso quadro funcional. O colega sabe que o sindicato é seu braço de defesa da qualidade do seu trabalho e da sua vida.

Juntos somos fortes!

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