Edição 40 - 10/04/2019

O BACEN EM ESTÁGIO DE CRISE

A maior chuva no Rio em 22 anos causou 10 mortes e provocou nova onda de destruição e prejuízos pela cidade. O caos da cidade fez inúmeros órgão municipais, estaduais e federais decretarem ponto facultativo nesta terça-feira. Entretanto, nem o nível da tragédia que se abateu sobre a nossa cidade fez Brasília se mexer e reconhecer o risco que poderiam correr os funcionários da nossa regional ao tentarem se deslocar para o trabalho nestas condições.

O Sinal-RJ, por intermédio dos seus representantes que conseguiram chegar ao Bacen, contatou os gestores de pessoal e de segurança, no intuito de pedir uma definição urgente para o problema. Não obtiveram qualquer resposta de Brasília, felizmente, ao menos houve uma sensibilização para o fato com o Comunicado conjunto ADRJA e DESEG liberando os servidores às 15h.

 O que impediu o Bacen de se posicionar? Ausência de base legal? A moralidade não é mais um pilar da administração pública? Somos todos folgados que só esperam a primeira desculpa para faltar ao trabalho? Será que o medo em assumir responsabilidades ou o descaso são tão grandes que não permitiram a mais simples das atitudes, a de delegar aos coordenadores locais que avaliassem o risco e a dificuldade de acesso dos seus funcionários?

 Que cultura organizacional é esta? A que se diz moderna e receptiva enquanto fomenta litigiosidade por todos os lados. Dia de Zumbi num centro deserto, tribunal de júri de todos os não-comissionados e agora isto! É hora de nos mexermos!

 O Sinal-RJ, independente de eventuais medidas judiciais, cobrará da administração central os riscos que ela vem impondo aos seus funcionários com a sua inércia.

A visita do nosso novo presidente deve ser uma boa hora para que indaguemos que Banco Central é este.

Assuma esta briga com o Sinal-RJ.

A propósito da questão, transcrevemos a mensagem recebida pelo Sinal de uma funcionária:

 “O completo estado de abandono dos servidores desse Banco Central pela alta administração ficou evidente em episódios recentes!!!!

Diante das fortes chuvas que caíram na região metropolitana do Rio de Janeiro desde às 18:35h do dia 8.4. Às 20:55h, foi emitido pelo Alerta Rio – órgão da Prefeitura responsável pela emissão de BOLETINS DE ALERTA à população sempre que houver previsão de chuvas intensas que possam gerar inundações de vias públicas e/ou acidentes geotécnicos em encostas (deslizamentos) –  um parecer de que estávamos em estágio de crise – o mais perigoso de uma escala de 3. Ou seja, reconheciam que dado o nível esperado de chuvas, alagamentos de ruas e deslizamentos de encostas seriam uma certeza.

As consequências foram fartamente noticiadas: a cidade entrou em colapso. A interdição de várias vias importantes de acesso como a Rua Jardim Botânico, a Grajaú-Jacarepaguá, a avenida Niemeyer, o mergulhão da Barra da Tijuca, o entorno do Maracanã; o Aterro do Flamengo alagado assim como inúmeras ruas transversais; pessoas mortas em suas casas em virtude de deslizamento de encostas ou levadas pelas enxurradas em que as ruas se transformaram (na busca de um lugar seguro); outras sendo resgatadas de barco; carros submersos em vários pontos da cidade (com o prejuízo nem sempre cobertos pelo seguro)…

A Prefeitura e o Estado rapidamente decretaram ponto facultativo nas escolas e repartições da sua alçada. A nível federal a UFF, a UFRJ e o IMPA decretaram ponto facultativo nos campi localizados na região metropolitana do RJ e cancelaram inúmeros eventos… a Petrobras emitiu nota afirmando que pessoas que se consideravam em risco não fossem trabalhar e que o controle de frequência seria tratado pela gerência imediata de acordo com orientações a serem emitidas.

Até 12:08h dessa terça-feira (9/4) o Alerta Rio ainda considerava a cidade em estágio de crise. E qual foi a reação desse BACEN? Para os servidores, silêncio completo. Para nós, do Sinal, alegou-se que: a gerência administrativa não tem alçada para resolver o caso, a chefia do DEPES e a Diretora de administração, idem. O responsável seria o Ministério da Economia em Brasília. E, caso ele se dignifique a se pronunciar, pode ser tarde demais. Nossos servidores, para cumprir seu dever, precisarão correr risco de vida…

Considerando que essa não é a primeira vez que a cidade do Rio de Janeiro entra em estado de calamidade por conta das chuvas – sendo a mais famosa em 1966, quando morreram mais de 1000 pessoas – não caberia ser construído um protocolo para lidar com a situação? Uma sugestão seria considerar o servidor em teletrabalho ou dar ponto facultativo para aqueles que acreditam que o risco de deslocamento é demasiado!!!!

Ademais, faz-se premente ações dessa nossa gerência para que o sentimento de completo descaso do BACEN com a vida dos servidores não se solidifique entre nós pois, nesse caso, não vai haver pesquisa ou ação de melhoria de clima organizacional que dê jeito. ”

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