Edição 483 – Tarde de 19.11.2025
O “CASO” BANCO MASTER: SIGAM O DINHEIRO!
No trato de crimes financeiro – vulgo crimes do “colarinho branco” -, a regra básica é simples: “follow the money”, ou seja, siga o dinheiro.
Estabelecido o fluxo, seguem os questionamentos padrão:
Quem se locupletou?
Quem apoiou e por que?
O que chama atenção no caso do Banco Master é o enorme volume de recursos captados e a enorme rede de contatos políticos do seu dono, Daniel Vorcaro, de monta a envolver um banco estatal, o BRB, e literalmente dezenas de fundos de pensão de Prefeituras e Estados espalhados pelo país, dos quais o mais emblemático é o Rioprevidência, que investiu R$ 2,6 bilhões em fundos do grupo do Banco Master.
Teria o governador do Rio de Janeiro, que se apresentou recentemente como um paladino contra o crime, visto inerte esta fortuna (R$ 2,6 Bi), fruto do suor e esforço dos servidores públicos do nosso Estado, ir para uma instituição que até as pedras sabiam que apresentava problemas?
Dizer que nada sabia é um insulto à inteligência de qualquer pessoa.
Mais incriminador foi a verdadeira histeria com que vários políticos do Centrão pressionaram o Banco Central para que a aquisição do Banco Master pelo BRB fosse aprovada.
Chegou-se à indecência de se propor uma PEC para que diretores de nossa instituição pudessem ser afastados pelo Legislativo.
O recado era certo e direto para os diretores que se opunham à transação.
Como devem ter se lamentado por não terem conseguido passar a PEC 65…
Imagina um BC transformado em uma entidade de direito privado?
Sua vida de cambalachos teria sido muito mais tranqüila.
As investigações da Polícia Federal não podem parar no meio do caminho, outro sonho do Centrão, ao tentar deturpar completamente o projeto de lei antifacção enviado pelo governo ao Congresso Nacional.
Aqui, como no caso da PEC 65, o objetivo é “aleijar” a capacidade da Polícia Federal de fazer o seu trabalho.
Os “amigos” de Vorcaro merecem um pente fino, e não são difíceis de localizar.
Estão no Congresso Nacional, onde são amplamente conhecidos, e deixaram um rastro de projetos de lei para beneficiar o esquema.
Estão também em governos estaduais e distritais, que foram pródigos em obter recursos públicos para inflar o esquema, e, no final, para tentá-lo salvar.
Estão até em prefeituras, em que fundos de aposentadorias de servidores foram saqueados para a participação no esquema.
O que choca é que, em sua grande maioria, estes políticos fazem discurso de combate ao crime, o mote eleitoral para enganar os seus aflitos eleitores.
Na verdade, nunca combaterão o crime organizado.
Como combater algo com que se identificam plenamente em sua atividade política?
Como não lembrar a canção de Chico Buarque, de 30 anos atrás, “Vai Passar”:
“Dormia
“A nossa pátria-mãe tão distraída,
“Sem perceber que era subtraída,
“Em tenebrosas transações.
“Seus filhos
“Erravam cegos pelo continente,
“Levavam pedras feito penitentes,
‘Erguendo estranhas catedrais”.
Lamentavelmente, parece que uma geração ainda não foi suficiente.
Não sigam os discursos dos que dizem combater o crime!
Sigam o dinheiro!
PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC,
PIOR PARA O BRASIL!
Diga pelo que você quer lutar!
LUTE JUNTO COM O SINAL!
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