Edição 282 - 06.06.2024

O EXEMPLO DA CASSI

PEC-65:
RUIM PARA O SERVIDOR DO BC, PIOR PARA O BRASIL!

 

O EXEMPLO DA CASSI

Na discussão sobre o PASBC, o Banco e até mesmo alguns colegas se referem à Cassi como uma possível solução alternativa para os problemas que enfrentamos no nosso Programa de Saúde.

Não é bem assim…

Basta ver a situação do programa de saúde dos colegas do BB, que acumula déficits sucessivos.

Mas é importante destacar que eles têm algo que nós não temos na gestão do nosso programa: Democracia.

Lá, as entidades representativas dos funcionários que compõem a mesa de negociação foram convocadas no dia 14.11.2022 para reunião urgente com a CASSI, que comunicou déficit de R$ 366 milhões no Plano Associados e a intenção de implementação de plano de contingência, com ônus exclusivo para os associados, mediante aumento da coparticipação de 30% para 50% em consultas e 10% para 30% em serviços auxiliares.

Alguém se lembra de algo semelhante, aqui?

Lá, algo muito importante acontece.

Os associados são ouvidos.

Por que?

Porque os diretores da Cassi são eleitos, e portanto garantiram que, tendo em vista o empate na votação da proposta de aumento da coparticipação, nenhuma medida da espécie seria adotada antes de reunião com a mesa de negociação que busca a sustentabilidade da CASSI.

Uma coisa é conversar com quem decide quando você elege, outra é conversar com um preposto do patrão.

Alguns colegas infelizmente confundem uma coisa com a outra.

Em reunião no dia 9.11.2023, os representantes dos funcionários pediram a injeção de recursos pelo BB, objetivando equilibrar a situação financeira do plano de associados, apontando, para tanto, inclusive, o recolhimento, pelo BB, das contribuições sobre os processos trabalhistas.

Os representantes dos funcionários apontaram também a expressiva redução do número de associados, alertando que uma das principais razões era a significativa elevação dos custos, acrescentando ainda que o que estavam vendo era o resultado das projeções feitas com o auxílio dos técnicos da própria CASSI, por ocasião dos debates sobre custeio que antecederam a reforma dos estatutos.

Nada parecido com as “ameaças” de reajuste de contribuições, PDL etc. que volta e meia sofremos, “porquê senão o Programa ‘quebra'”.

A pressão dos funcionários foi fundamental.

Em dezembro de 2023, finalmente o BB realizou o repasse de R$ 337 milhões (corrigido pela Selic) das contribuições patronais sobre as reclamatórias trabalhistas.

Depois de apresentar um déficit de R$ 287 milhões em 2022, impactado diretamente pelo aumento das despesas assistenciais do pós-pandemia, a Cassi fechou 2023 com resultado líquido positivo de R$ 20 milhões. Esse superávit foi influenciado pelo reconhecimento pelo BB das reclamações trabalhistas.

Vale destacar que os funcionários da ativa e aposentados do BB, associados à Cassi, puderam se manifestar sobre o relatório da entidade em votação de 6 a 17 de maio, o que fizeram aprovando o documento com 87% dos votos.

Nada disso irá estancar os problemas da CASSI, mas significa que as saídas podem ser debatidas democraticamente.

(As informações acima sobre a CASSI foram obtidas no site da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito-CONTEC).

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