Edição 310 - 14.08.2024

O GOLPE DO VIGÁRIO DA PEC 65

PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC, PIOR PARA O BRASIL!

O golpe do vigário da PEC 65

A origem do termo “senhoriagem” é facilmente compreensível: em tempos passados, era o “senhor feudal” que cunhava as moedas que circulavam em suas terras.
A palavra “direito”, neste caso, é uma clara distorção; não havia opção para os seus comerciantes; era aceitar o fato ou a masmorra.
Simples assim.
Ocorre que o termo está muito ligado ao crime que estes senhores praticavam contra a sua própria população.
Como neste tempo a moeda física era cunhada em metais preciosos, ouro ou prata, não demorou a surgir a prática destes senhores de “raspar” as moedas para assim obter um “por fora” quando as recolocavam em circulação.
Este roubo – e não há outro nome para isso – se dava, monetariamente falando, empurrando inflação para a população, pois não demoraria para que o valor dessas moedas adulteradas não fosse mais aceito pelo seu valor nominal nas transações comerciais.
Além de um crime, quando acontecia, significava um retrocesso para a economia local, pois os comerciantes eram obrigados a voltar a usar balanças para estimar o metal precioso que efetivamente recebiam.
Mais fácil procurar outra moeda que não fosse corrompida.
Ou seja, era um golpe contra a economia local, que via sua moeda ser depreciada por comerciantes estrangeiros e mesmos os nacionais, quando podiam.
Esse acontecimento monetário se tornou um princípio econômico consagrado, também conhecido como a Lei de Gresham: “A má moeda tende a expulsar do mercado a boa moeda”.
Hoje, vivemos em outra época, não existe mais o metalismo, mas o princípio continua válido, porque no caso da moeda fiduciária ficou ainda mais simples a um governo inflacionar a sua moeda se não tiver mecanismos efetivos de controlar a dívida pública e desta forma estancar a “sangria” que significa o desvio de recursos para o pagamento desta dívida.
A volta da discussão dos “direitos” de senhoriagem na PEC 65 se estabelece com base na desonestidade intelectual de seus proponentes.
Fato tristemente banal nas redes sociais, a fabricação cínica de argumentos distorcidos se tornou padrão na disputa política.
Não vivemos mais no período feudal.
As receitas advindas das operações financeiras realizadas pelo Banco Central pertencem à sociedade brasileira.
A ideia maliciosamente disseminada de que seria de “utilidade” ao Governo a retirada destes recursos do Orçamento da União e sua alocação, junto com outros volumosos “jabutis”, no orçamento monetário, pois aliviaria a meta do arcabouço fiscal, é o convite aberto para um golpe do vigário na população brasileira.
Seu objetivo: enganar idiotas que simplesmente acreditam no que querem acreditar por achar que pode ser bom para eles.
Os agentes econômicos, principalmente quando se trata de dinheiro, não são “idiotas” de rede social, e percebem a PEC pelo que ela é: um estelionato contra as contas públicas.
Uma volta aos anos “80”, a década perdida.
A PEC é um “parque de diversões” em que segmentos específicos, com seus próprios interesses particulares, não têm a menor preocupação de “mentir” compulsivamente a fim de orquestrar um discurso cínico e incoerente.
Criar uma “bolha” para o Banco Central não fará a sociedade brasileira avançar, e, sim, retroceder na sua luta contra a inflação e pela responsabilidade no trato das contas públicas.
Diga pelo que você quer lutar!
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