Edição 03 - de 15/01/2019

O Poder dos sindicatos, segundo FMI

As conclusões de um Informe, de 2015, elaborado por técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que utilizou uma combinação de dados macroeconômicos e pesquisas de renda familiar, entre 1970 e 2013, medidos pelo Índice de Gini, concluiu que o aumento da desigualdade se deve sobretudo à crescente diferença entre os salários e não tanto ao fato de que a renda do trabalho perca peso frente ao capital.

As diferenças podem ser reduzidas quanto maior for o poder dos Sindicatos, quanto mais bem formada estiver a população e quanto mais forte for o Estado de bem-estar. Isso pesa sobretudo nas economias emergentes, onde os salários são ainda mais cruciais na distribuição de renda.

A referência acima busca ilustrar um fato básico na Administração Pública do nosso país: no Poder Executivo, Autarquias como Receita Federal, Banco Central ou Polícia Federal não possuem um sistema de remuneração diferenciado apenas por sua importância no quadro institucional. Na verdade, isto ocorre principalmente por serem categorias que possuem Sindicatos fortes e influentes nas esferas decisórias desta Administração.

No Brasil, assim como em outros países do Terceiro Mundo, o capital não precisa se cansar com argumentação ideológica, pois dispõe de fortíssima condição de influência junto aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Já aos Sindicatos, entretanto, só é possível buscar convencer e pressionar os integrantes de tais Poderes.

Esta atuação não é simples e nem é barata, pois requer gastos com discussão democrática, organização e representação junto ao Congresso Nacional, MPDG e demais fóruns de ação com outras categorias profissionais com objetivos afins.

Ao tachar os integrantes destas categorias de privilegiados, a imprensa do capital nada mais faz do que reclamar da organização dos nossos Sindicatos.

Os lobbies que corrompem pertencem a outra categoria, são empresários anunciantes.

O FMI, embora não seja uma instituição que se interesse pela defesa dos trabalhadores, foi obrigado a apontar o óbvio: sem a presença de Sindicatos fortes a distribuição de renda em países como o nosso seria bem pior, pois são estes Sindicatos que impedem a apropriação de mais recursos pelo capital.

Que os servidores públicos civis viraram o bode expiatório das mazelas da Nação não é novidade nos últimos dois anos. Porém agora, uma visão liberal da economia quer nos impingir o rótulo de ser mais um lobby que atrapalha a vida do país.

O incrível é que até alguns servidores se consideram atraídos por esta ideia esdrúxula.

Somos uma organização social, defendemos nossas categorias funcionais à luz do dia, defendemos padrões de excelência no Serviço Público, não apenas para os bancos, mas para toda a população brasileira. Nos baseamos em princípios de transparência, solidariedade e democracia como pilares indispensáveis para a construção da nossa sociedade.

Aqueles que acham que o Sindicato é caro e dispensável estão apenas vendendo a preço de banana o seu futuro profissional e de vida, mesmo.


LUTE CONOSCO, PROCURE O SINAL!

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