Edição 76 - de 06/11/2018

O que é mesmo uma democracia?

O clima político eleitoral vivido nos últimos meses  tem contaminado a discussão no nosso país sobre o que de fato significa um modelo de gestão democrático. Este debate não passa pelo simplório “se é bom para mim é democrático. Se não é… então é anti-democrático”, mas infelizmente por vezes chega perto.

Não basta haver eleições diretas para o executivo para poder se carimbar um governo como democrático. Não existem eleições para ditador, mas não raro, vários deles iniciaram sua trajetória com vitórias nas urnas, isto valeu tanto para Adolph Hitler quanto o atual Nicolas Maduro. O caminho da ditadura em todos estes casos começou a ser trilhado quando os demais poderes, também  representativos destes Estados, começaram a ser intimidados, comprados ou simplesmente destituídos de qualquer poder real que não fosse o de dizer “sim” ao governante de plantão. Esta tem sido a triste história da nossa América Latina.

A longevidade e robustez das estruturas políticas democráticas passam na realidade pela efetiva representatividade popular dos órgãos legislativos e judiciários de uma sociedade, que devem possuir poder ilimitado de fiscalização quando o executivo começa a extrapolar suas funções para abraçar um projeto personalista de poder. É simples de falar, mas não é tão simples de fazer.

Na preparação da nossa futura AND, começou a se ventilar novamente a proposta de eleições diretas para a direção nacional do nosso sindicato. A proposta não é nova, pelo contrário, é cíclica, mas sempre volta, ainda mais após uma eleição presidencial tão estrondosa como a que tivemos agora.

A questão sempre embaça quando nos voltamos para a pergunta óbvia: Quem representará os pontos de vista daqueles que não votaram na chapa vencedora. Num país só podem ser os representantes eleitos para a Câmara e o Senado. O sindicato, entretanto, não possui nem estrutura e nem recursos para habilitar todos os conselheiros regionais neste processo, por este simples motivo é que a melhor solução foi e eleição de Conselheiros Nacionais que além de diretores executivos regionais pudessem compor a Direção Nacional, na inflexiva medida do número de filiados da sua regional (atualmente cada 500 filiados de uma regional tem o direito de ter um Conselheiro Nacional).

O mérito indiscutível do presente sistema, e daí a sua longevidade, é a impossibilidade de que os filiados de uma regional, com problemas próprios e suas especificidades, não tenham a quem apelar diretamente para levar as suas reivindicações diretamente à executiva nacional.

Neste sentido, a proposta encampada pelos delegados à AND do Rio de Janeiro não é cair no canto da sereia de uma centralização administrativa populista, mas pelo contrário, é aumentar ainda mais a representatividade do nosso sindicato, dobrando o número de Conselheiros Nacionais: 1 eleito para cada 250 filiados. Queremos mais prestações de contas, mais projetos e dedicação à nossa base. Cortando o que for necessário para aumentar a democracia interna do nosso sindicato. 

REPRESENTATIVIDADE NÃO TEM PREÇO!
VAMOS AVANÇAR NO MODELO DE GESTÃO DO NOSSO SINDICATO!​
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