Edição 415 – 05.06.2025

O QUE O COPOM PRECISA VER! – PARTE III

Na edição anterior do Apito Carioca, clique aqui para ler,  falamos do drama do setor produtivo nacional.

Hoje vamos abordar como a taxa de juros de 14,75% a.a. influencia a concentração de renda no nosso país.
A alta da taxa SELIC tem um efeito imediato no mercado financeiro, aumentando a atratividade dos investimentos de renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto.

Isso quer dizer que investidores se desfazem de posições na Bolsa e nos investimentos produtivos que não podem remunerá-los neste elevado patamar.

O dinheiro sempre procura onde está a melhor rentabilidade.

Mas, evidentemente, apenas aqueles que possuem recursos podem se beneficiar deste aumento dos rendimentos da renda fixa, amplificando sua riqueza.

Como vimos na Parte I desta série, clique aqui para ler a edição 412 do Apito Carioca, os cerca de 50% de brasileiros que estão endividados não estão entre eles.

E, na verdade, nem os trabalhadores, que, embora adimplentes, não conseguem ter sobra expressiva de recursos no final do mês, também não.

Ocorre que os inadimplentes, somados aos adimplentes que não conseguem ter sobra expressiva de recursos no final do mês, são a maioria esmagadora da população.

A alta da taxa de juros pode ter o objetivo de controlar a inflação, mas esse processo leva inexoravelmente ao aumento do desemprego e à queda no consumo, impactando negativamente as famílias de baixa renda.

Ou seja, o COPOM, ao elevar a taxa de juros a esse patamar recorde no mundo, está fazendo o trabalho inverso de Robin Hood.

Ele está literalmente tirando dos pobres para dar aos ricos!

E ainda há gente que se pergunta porque somos um país campeão em desigualdade social, apesar de termos programas de renda mínima e vários outros programas sociais!

É simples: há uma máquina de bombear recursos das camadas inferiores e levá-las para a parte de cima da sociedade.

Nossa economia está repleta desse tipo de instrumentos regressivos, ou seja, em que o pobre paga mais que o rico.

Apenas para termos uma ideia dos números: em 2024, o gasto do governo federal com benefícios fiscais e subsídios em taxas de juros deve superar o dobro do custo anual de todas as parcelas do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) pagas a mais de 25 milhões de pessoas naquele ano.

Juntos, esses programas sociais custaram R$ 268 bilhões à União, segundo o orçamento do ano passado, enquanto que o chamado “gasto tributário” superou os R$ 615 bilhões.

Ou seja, em 2024 os ricos receberam 129% mais dinheiro do que que os mais pobres.

Resumindo, a taxa de juros, utilizada apenas como ferramenta de controle da inflação, tem um impacto significativo na concentração de renda no nosso país.

PEC-65: RUIM PARA O SERVIDOR DO BC,
PIOR PARA O BRASIL!

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