
O REGIME DE METAS DE INFLAÇÃO E O “RHUM CREOSOTADO”
Este singelo reclame acima era a propaganda do “Rhum Creosotado”, um medicamento bastante popular no Brasil nas primeiras décadas do século XX.
Ele era anunciado como a solução para todo tipo de problemas respiratórios como tosse, bronquite e resfriados, e sua fórmula continha creosoto, iodo e hipofosfitos.
Derivado da destilação do alcatrão de hulha, o creosoto era utilizado principalmente na preservação de madeira.
Era um potente pesticida.
Embora tenha sido amplamente utilizado, a sua toxicidade e potenciais riscos à saúde e ao meio ambiente eram motivo de preocupação, e seu uso deveria ser feito com cautela, o que obviamente não era alertado aos consumidores.
Posteriormente, foi substituído por substâncias muito mais eficazes e, obviamente, bem menos tóxicas.
O Banco Central do Brasil desde 1999 emprega o “Regime de Metas de Inflação” como o “remédio miraculoso” para o combate à inflação no nosso do país.
Isso porque, segundo o BACEN, o anúncio público e prévio da meta para a inflação a faz funcionar como uma âncora para as expectativas de inflação dos agentes.
A partir daí, a taxa de juros fixada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) passou a ser o nosso “Rhum Creosotado”.
Cabe inicialmente identificar que o assunto está longe de ser pacificado entre os economistas, e isso porque, assim como o nosso xarope, também existem efeitos adversos, senão tóxicos, sobre a nossa economia e na concentração de renda na nossa sociedade.
(Basta ver as mais recentes edições do Apito Carioca para conhecer esses efeitos perversos).
É claro que de um lado se encontram centenas de economistas que chefiam departamentos econômicos de instituições financeiras que esquadrinham diariamente possibilidades de incrementar os seus lucros se antecipando às expectativas de inflação.
Para eles, isto é um jogo lucrativo chamado “ancoragem de expectativas”, no qual são participantes e beneficiários ao mesmo tempo.
Isso não significa que necessariamente superestimam a inflação, o importante é estar à frente do Banco Central e fazer seus prognósticos e suas “apostas”.
Sim, porque não estamos falando de prognósticos neutros, todos eles se posicionam no mercado futuro de juros.
Seus prognósticos, uma vez adotados pelo BACEN, lhes renderão dinheiro neste mercado futuro.
É como um juiz de uma partida de futebol, que antes do jogo começar fez sua “fezinha” no resultado em uma “casa de apostas”.
Ele até pode ser uma pessoas idônea, mas é claro que o sistema não é.
Isso porque os eventuais lucros irão para o seu bolso, mas os efeitos tóxicos deste “jogo” irão para a sociedade brasileira.
É essa discussão que se busca ampliar a partir de hoje.
Acompanhe as próximas edições do Apito Carioca, o Informativo do Sinal-RJ.
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