Edição 141 – 15/9/2015

Os Procuradores e os Comissionados


Lamentamos profundamente que, ao tomarmos conhecimento do Voto nº 173, relativo à redistribuição de comissões, não tivéssemos imaginado tratar-se de confisco das comissões entregues pelos procuradores, como forma de luta para a valorização da carreira jurídica.

O Sinal não compactuará e repudia a atitude antissindical da administração do BC, que mais uma vez mostra sua gênese ditatorial, retaliando os procuradores que, numa atitude de coragem e irresignação, entregaram suas comissões em prol da luta coletiva. Vinte desses bravos colegas se recusaram a reassumir suas funções comissionadas, mesmo após terem sido acuados pela Administração do BC.

Também é incompreensível a retaliação à Procuradoria pela retirada de suas comissões. Ora, são ou não são as comissões fundamentais para a gestão do trabalho executado no serviço público? Passado esse período de enfrentamento entre os servidores e o Governo, como será organizado o trabalho da Procuradoria e outros órgãos sem as comissões entregues? Terá a mesma efetividade?

Ou será que as comissões são apenas um instrumento de cooptação de servidores, algo como um “agrado”?

Não podemos, portanto, tolerar que a transferência de comissões seja utilizada como vingança vil contra servidores que exercem seu direito de lutar em prol de suas reivindicações pela dignidade profissional.

Tampouco, podemos aceitar que a administração do Banco Central do Brasil tome atitudes que busquem ferir, dificultar ou impedir a organização de seus servidores, na defesa de sua dignidade. As práticas antissindicais, além de condenáveis, precisam ser denunciadas e extirpadas da ação administrativa dos diretores da casa.

Estamos, portanto, solidários aos procuradores que não se dobraram a essa manifestação despótica e arrogante do Banco Central.

Desta forma, corrigimos e retiramos a “sugestão” aventada pelo Apito 139, que pretendia apenas, de forma irônica, manter viva a chama pela descentralização administrativa e da ocupação e presença do Banco Central por todo o território nacional.

Permanecemos solidários à luta sincera e honesta, não só dos Procuradores desta casa, cujo trabalho é fundamental para a defesa jurídica da missão da autarquia, mas de qualquer carreira que almeje o devido reconhecimento.

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