Edição 59 – 26/4/2016

Palavra do Filiado


Que coisa, hem… o que exatamente significa ” alertou sobre os riscos de uma possível entrega do BC ao mercado financeiro, caso o atual vice-presidente da República, Michel Temer, assuma o Planalto.”?

Jussara Linhares, do Rio de Janeiro

Apito Brasil: Da mesma forma que não se cogita à Secretaria da Receita Federal dirigentes de grandes empresas, fiscalizados pelo órgão ou à direção da Polícia Federal cidadãos condenados pela Justiça, que ao órgão cabe perseguir e conduzir à punição cominada, não é de bom alvitre selecionar dirigentes ao Banco Central dentre os dirigentes das entidades reguladas pela autoridade monetária. Receita Federal, CGU e outros organismos de Estado merecem quadros dirigentes com afinidade às funções de Estado que devem exercer, sem quaisquer vínculos com os interesses dos seus supervisionados. O mesmo deve ocorrer com o BCB, que presta serviços à sociedade e não ao mercado financeiro. Lembramos também que as representações dos Auditores Fiscais, Advogados Públicos e Policiais Federais, estes agora com privacidade aos delegados para o cargo de Diretor-geral, elaboraram recentemente listas tríplices de indicados ao cargo de chefia de suas unidades. Uma delas, para nossa honra, encabeçada pelo Procurador do Banco Central, Lademir Gomes da Rocha.

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O posicionamento político-ideológico em momento de tal incerteza, somente prejudica a comunicação do Sindicato, e, por conseguinte da própria categoria, com um possível novo governo.

O presidente do sindicato ao dar notas de opinião como a do Apito 58/2016 desobedece à óbvia lógica de minimização de riscos e da necessária construção de um canal de interlocução com os possíveis novos ocupantes do poder, independentemente da direção sindical ou dos próprios filiados terem suas preferências.

As chances de mudança, pior ou melhor caso (escolha o seu lado), são 50-50, e apostar publicamente contra ou a favor seria falta de “maturidade sindical”, por mais diversa que a posição ideológica do Sindicato seja (que, aliás, pode não ser a mesma de seus representados).

Existe nota com teor semelhante publicada pela Unafisco (Auditores da RB) , ADPF (Delegados da PF), ou UNAFE (AGU)?

A direção do Sinal prefere emitir uma nota dessa natureza, ainda que cause desgaste desnecessário, do que notícia nenhuma, fato que demonstra a incapacidade desse mesmo sindicato em defender as causas que afligem a categoria. É o tal “falem bem ou mal, mas falem de mim”.

Assim, utiliza expediente de sindicato “carreirão”, coisa que nenhuma carreira típica de Estado que se preste faria. Ao fazer isso se rebaixa e dá impressão de que o servidor do BC merece mesmo é uma remuneração mínima, pois se equipara aos que se utilizam de expediente semelhante.

Visitem o sítio da Unacon, vejam como suas notas à imprensa são feitas, como a estratégia sindical deles em pleitos não financeiros plantam sementes para o futuro. Em breve a STN e o CGU passarão o BACEN e ficaremos assistindo esse movimento, pois o Sinal perde tempo em pautas que desgastam politicamente o BC e seu corpo funcional e não estrutura ações que redundem em ganhos não necessariamente atrelados a reajuste salarial imediato, mas que podem servir como base de argumentação futura para esse fim.

Sr. Presidente do Sinal, pare de soltar notas dessa natureza. O interesse de quem você promove?

Henrique Seganfredo, de Brasília

“Entrega do BC ao mercado financeiro”? Não entendi. Você prefere que ele seja entregue ao PT, a alguém que nada entenda de “mercado”? Que tal o Arminio Fraga novamente? Seria ele faccioso? O nosso SINAL existe para defender uma linha política ou os servidores do BC? Perdão, mas, fiquei curioso.

Theovictor de Souza, do Rio de Janeiro

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