Edição 238 – 28/12/2017

Palavra do Presidente


Ao final de 2016 acreditávamos que o 2017 seria um período menos conturbado que os anos anteriores.

O último acordo negocial celebrado com o governo havia sido transformado em Lei e produziria efeitos até janeiro de 2019, reduzindo um pouco as perdas inflacionárias acumuladas. Isso nos permitiria concentrar esforços em outras frentes que fazem parte do trabalho sindical, mas que ficam em segundo plano no período de campanha salarial.

A realidade, contudo, foi um pouco diferente. A proposta de reforma da previdência, que havia sido apresentada e começava a ganhar corpo; a divulgação pela Administração do Banco de sua intenção de reformular a Lei 9.650/98 no bojo da discussão sobre modificações no PASBC; os estudos governamentais que buscavam modificar drasticamente a configuração das carreiras típicas de Estado, aumentando a quantidade de níveis em sua estrutura e reduzindo a remuneração inicial – o chamado “carreirão” e as tentativas, frustradas por vetos do Presidente da República, de ver transformados em Lei os primeiros passos da modernização da carreira de Especialista do BCB, entre outros temas importantíssimos, ocuparam o trabalho sindical e a atenção dos servidores, dos meios de comunicação e da sociedade.

Terminamos 2017 com a sensação de que muito foi feito. Entre outras vitórias, a votação da proposta de reforma da previdência foi adiada; as medidas anunciadas pelo governo para a criação do “carreirão”, que incluiria os servidores no Banco Central, não foram implementadas; a Medida Provisória (MP) que adiava os reajustes salariais e aumentava a contribuição previdenciária teve seus efeitos suspensos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e as atividades desenvolvidas por nós, servidores do Banco Central, em prol da sociedade brasileira, foram destaque na mídia e no parlamento.

Todavia, o cenário para 2018 não nos é dos mais favoráveis. Os recentes ataques do governo aos servidores públicos, na tentativa desesperada de aprovação da reforma da previdência, demonstram que seremos novamente acusados como os responsáveis por todas as mazelas da nação. O debate eleitoral é um ambiente propício para a escolha de culpados e os servidores públicos acabam sendo alvos fáceis. Por outro lado, esse mesmo debate possibilita que temas importantes sejam discutidos por toda a sociedade. O papel do Banco Central, de seus servidores e sua configuração institucional deverá certamente ser um desses temas em discussão. Alem disso, questões como a reforma da previdência, o adiamento dos reajustes e as modificações no PASBC ainda estarão em discussão.

Tenho convicção que saberemos, servidores, sindicato e Administração do Banco, navegar nesse período turbulento de forma serena. Precisaremos reafirmar e diuturnamente demonstrar a importância que temos para o desenvolvimento do país.

Participem das discussões; compareçam às assembleias; tragam ao sindicato suas demandas e suas críticas; se filiem; sejam dirigentes sindicais. Todos nós somos o Sinal.

Que tenhamos um excelente 2018.

Jordan Alisson Pereira
Presidente do Sinal

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