Edição 1096 – 19/03/2020

Para falar também das flores


Dia da Mulher: café com servidoras e debate sobre trabalho e previdência feminina marcam encontro com Sinal DF

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o Sinal DF organizou um café da manhã com debate, que contou com servidoras e servidores do Banco Central no auditório Dênio Nogueira. O destaque foi para a palestra da advogada especialista em Direito Previdenciário Thais Maria Riedel, que falou  sobre previdência feminina pós reforma e o papel da mulher no mercado de trabalho.

“Se as mulheres vivem mais, por que elas precisam se aposentar mais cedo?” – com esse questionamento, Thais explicou que as mulheres têm “riscos” distintos dos homens. “Embora tenhamos uma inserção feminina cada vez maior no mercado de trabalho, na renda familiar, ainda há muita desigualdade em desfavor das mulheres. Elas entram no mercado de trabalho em condições precárias e recebendo menos e com maior jornada, pois ainda carregam o peso das atividades domésticas”, explicou.

Thais destacou que, após a reforma, a diferença de idade entre homens e mulheres para se aposentarem caiu de cinco anos para três anos. “As servidoras foram as mais prejudicadas com a reforma. Ela precisa dos mesmos 40 anos de contribuição dos homens para poder ter 100% da média salarial da vida inteira. Ou seja, ela teria que começar a trabalhar mais cedo”.

Ela lembrou também que, geralmente, a saída da mulher em licença maternidade tem um custo na sua progressão de carreira. “Se não existe um mecanismo de proteção à mulher, o mercado de trabalho fica muito desigual”, contou. “A mulher tem mais tempo de estudo do que os homens, porém ganha menos e com isso contribui menos para a Previdência. Adicionamos isso ao fato de que ela se ausenta mais do mercado de trabalho para cuidar da família e, com isso, no final das contas, terá uma aposentadoria menor do que a do homem”.

Por outro lado, foi lembrado também que no momento atual os homens também vivem uma mudança nos seus papeis, ocupando espaços que até então vistos como das mulheres. “Isso é extremamente positivo. É na divisão mais equânime das atividades que chegaremos a tão sonhada igualdade. Esta mudança é libertadora para ambos”, destacou a presidente do Sinal-DF, Andreia Medeiros.

Que saber mais? Assista o vídeo completo da palestra aqui.

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