Edição 019 - 19/03/2020

QUEM QUER JOGAR XADREZ COM A MORTE?

Há alguns dias nos deixou o ator sueco Max von Sydow (90).

Os mais jovens pouco o conhecem.

Ele nasceu para o cinema internacional estrelando um filme em preto e branco de 1957, mas um filme de Ingmar Bergman: “O Sétimo Selo”.

Bem, vamos ao spoiler (o spoiler não tem a menor importância, pois não é um artigo descartável de consumo rápido). Um cavaleiro retorna das Cruzadas para uma Suécia devastada pela peste negra e domada pela Inquisição. Com sua fé abalada, ele reflete sobre o significado da vida quando a Morte aparece para levá-lo. Para ganhar tempo, ele a convida para uma partida de xadrez que decidirá se ele vai com ela ou não.

Tudo gira em torno de se sentir na pele do cavaleiro.

Em tempos de epidemias, todos nós passamos pela experiência.

No nosso caso ainda não é apocalíptica, mas saber que você ou um ente querido, como um pai ou uma mãe, pode ser chamado a jogar com a Morte, deveria nos devolver imediatamente a Humanidade que perdemos com o materialismo de nossa sociedade de objetos e pessoas descartáveis.

A Solidariedade deveria se mostrar mais radicalmente, pois afinal compartilhamos a roleta russa, em maior ou menor grau, com todos à nossa volta.

Infelizmente, não é isto que assistimos.

Os jornalistas, depois da perda de credibilidade para os zap’s da vida, buscam informar 24 horas por dia tudo o que acontece com relação ao vírus. É um desfile sem fim de especialistas, médicos e de qualquer um que possa dar um conselho.

O resultado já é um grau de ansiedade que perturba mais do que ajuda.

Em Brasília, uma cidade que quase não é Brasil, o vírus é tratado apenas como mais um elemento no cenário.

O pacote do governo, como sempre, quer impressionar pelo número: R$ 147 bilhões.

Disto, basta verificarmos a composição para percebermos que a maioria é mera postergação de débitos e créditos tributários.

O problema do Guedes não é o número de mortos, mas como manter um ritmo mínimo da economia, dado um gasto público fixo.

Isto é literalmente jogar com a vida das pessoas.

Qualquer coisa para a liberação de linhas de crédito em curto prazo, mas como impedir que estes recursos fiquem “empoçados” nos bancos, que já estão apavorados com as perdas do valor de suas ações?

As transferências para os que perdem renda ainda se encontram engasgadas em pouco mais do que planos genéricos como o do aumento do Bolsa-Família.

O Congresso Nacional procura seguir sua pauta, agora não presencial, de se apoderar da maior parcela de recursos públicos possível para as suas necessidades eleitorais. Nada mais lhe tira o sono.

E assim fizemos nossas patéticas jogadas iniciais.

Agora é vez do vírus.

CAMPANHA SINAL-RJ DE COMBATE AO CORONAVÍRUS

Coronavírus: Credenciados para realização do exame pelo PASBC

 Segundo o Ministério da Saúde e especialistas, o exame para detecção do Coronavírus não deve ser feito de forma indiscriminada, ao primeiro sintoma clínico. O exame precisa ser indicado por um médico, e apenas para pacientes com quadro clínico sintomático e presença recente em países com grande número de casos, além de pacientes críticos do ponto de vista pulmonar, com alterações severas. O médico responsável pelo pedido pode ser o de confiança do paciente, desde que ateste a necessidade do exame.

É importante, nesse momento, ter consciência de que cada exame realizado sem necessidade pode significar, no futuro, a falta do exame para alguém que esteja realmente necessitado. Precisamos racionalizar o uso dos recursos para garantir o melhor atendimento a todos.  Ter um sentimento de coletividade neste momento é muito importante.

Os laboratórios não estão realizando testes sem pedido médico e os hospitais estão aplicando um protocolo para verificação da necessidade.

No Rio de Janeiro, o exame de detecção do Coronavírus pode ser realizado nos seguintes credenciados:

·        Hospital São Vicente de Paulo

·        Hospital São Lucas

·        Hospital Pró-Cardíaco

·        Hospital Vitória

·        Casa de Saúde São José

·        Instituto Hermes e Pardini

·        Laboratório Richet

A Fundação Oswaldo Cruz é o local de referência para os casos de Coronavírus no Rio de Janeiro. Para consultar a lista atualizada, incluindo hospitais em outras cidades e estados, por favor clique aqui.

Saiba mais

De acordo com o Ministério da Saúde, os mais de 42 mil postos de saúde espalhados pelo país são capazes de atender 90% dos casos de Coronavírus. Estudos indicam que a grande maioria dos casos de Covid-19 são mais leves e poderiam ser atendidos nesse nível de atenção, deixando a rede de emergência (como hospitais e prontos-socorros) apenas para os casos mais graves de saúde ou para as pessoas pertencentes aos grupos de risco, (por exemplo, pessoas com idade a partir de 60 anos, os portadores de doenças crônicas graves e imunodeprimidos, como pacientes que passam por quimioterapia). A população pode buscar os serviços quando apresentar pelo menos dois sintomas iniciais do vírus, como febre baixa, tosse, dor de garganta e coriza.

Não existe tratamento específico para infecções causadas por Coronavírus humano. É indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como:

  •  Uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos; evitar anti-inflamatórios como ibuprofeno).
  • Uso de umidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse.

Outros informes PASBC:

 

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