Edição 407 – 13.05.2025

PORQUE É IMPORTANTE COMPREENDER COMO SE ALIMENTAM AS MAIORES FORTUNAS DO PLANETA

O capitalismo atual gerou um mundo de parasitas que extraem renda por meio de um conjunto de mecanismos de intermediação financeira, de pedágios sobre qualquer transação, permitindo fortunas absurdamente elevadas nas mãos de gente que se diz “investidor”, mas que na realidade seria melhor descrita como sugadores que travam a economia e que a estão transformando para pior.

“Renta” – considerada como renda não ganha – já foi classificada como uma transferência do setor produtivo para o setor improdutivo, e era em consequência excluída do PIB.

Hoje foi plenamente incorporada à contabilidade nacional, como se produzisse riqueza, o que é falso, visto que esta renda jamais chegará diretamente na produção de bens materiais para a população.

O sistema passou a drenar a capacidade de compra das famílias, o ritmo de investimento das empresas produtivas, e os investimentos públicos passaram a se dar pelo endividamento generalizado.

As fortunas dos mais ricos, em vez de servirem para financiar atividades produtivas, passaram a ser administradas pela indústria de gestão de fortunas, o assim chamado “wealth management”, e o dreno é generalizado, os favorecidos nunca tiveram o trabalho de entrar numa fábrica, numa fazenda, num hospital.

Hoje, apenas administram simples sinais magnéticos.

A nova geração acredita que ficará rica com criptomoedas, mas, é claro, só se engalfinharão pelo “farelo” que cai da mesa destes senhores.

Tudo isso tem consequências e elas são devastadoras.

Se agrava a desigualdade mundial, o número de bilionários se multiplica ao mesmo tempo em que a miséria avança.

E tudo isso em proveito de gente que não só não produz, como essencialmente descapitaliza a economia.

É essencial resgatar os rumos de uma economia que gere empregos, salários e produção.

Para se ter uma ideia, em plena pandemia, com a economia em crise (com exceção da China), 42 bilionários no Brasil aumentaram as suas fortunas em 34 bilhões de dólares, equivalentes a 180 bilhões de reais, seis anos de Bolsa Família, em praticamente quatro meses (entre março e julho de 2020), sem precisarem produzir, simplesmente cobrando juros, dividendos e outros ganhos financeiros.

Inclusive ver a Bolsa subir enquanto a economia caia, fato absurdo em uma economia normal.

O comércio internacional de commodities passou a ser administrado por traders, grandes intermediários que criaram gigantes financeiros por meio dos chamados derivativos: o maior deles, a BlackRock, que tinha ativos da ordem de US$8,7 trilhões de dólares em 2020, chegou, segundo a Forbes Brasil de janeiro último, ao valor recorde de US$11,6 trilhões em Ativos sob Gestão no último trimestre de 2024.

Não há como deixar de lembrar aqui a clareza de Maria da Conceição Tavares no seu livro “Restaurar o Estado é Preciso”:

“Rendemo-nos à financeirização, sem qualquer resistência…O Brasil virou uma economia de rentistas, o que eu mais temia. É necessário fazer uma eutanásia no rentismo, a forma mais eficaz e perversa de concentração de riquezas”.


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